domingo, 14 de abril de 2013

Estudos em Soteriologia - Aula 006 - Eleição da Graça - Parte 1


Introdução
Devemos considerar que o Pacto Trinitário da Graça é o primeiro passo efetivo para a salvação de homens condenados à Ira. Este pacto acontece na Eternidade e será aplicado na história individual de homens redimidos.
Contudo, apenas Deus decidir a salvação dos homens não a torna efetiva. Outros passos precisam ser dados para que o preço seja pago e a Lei satisfeita, desviando assim a Ira do pecador.
O processo da salvação é também conhecido na teologia histórica por “ordo salutis” (ordem da salvação). Esta maneira didática de estudar o processo da salvação nos oferece uma visão da aplicação do Eterno Pacto da Graça na vida dos que creem em Jesus.
Nesta aula, abordaremos o ponto inicial da dinâmica aplicação do Pacto da Graça na vida do homem redimido. Este passo inicial ainda está concentrado nas ações de Deus, mais exclusivamente nas ações do Deus Pai. Falaremos sobre a “Eleição da Graça”.

Uma Explicação Necessária
Alguns teólogos, preferem estudar a “Eleição da Graça” em um outro tópico da Teologia Sistemática”. Eles pontuam que a “eleição” deve ser estudada nas obras de Deus e não como parte da aplicação do Pacto da Graça. Insistem nesta posição por dizerem que esta obra é feita fora do homem e não internamente no coração humano.
Concordo particularmente que esta obra acontece fora do coração do homem e está absolutamente ligada à decisão divina. Entretanto, prefiro incluí-la no estudo da “ordo salutis” para que fique bastante clara a noção de que a salvação não é um movimento humano, mas nasce na Trindade para depois alcançar o ser humano.
A afirmação histórica de que a salvação, no sistema calvinista, é monergista, revela esta ênfase de observação que partiu de Deus a decisão e a realização da salvação dos homens.

Outra Explicação Necessária: “Ordo Salutis” nas Escrituras
Antes de apresentar qualquer analogia da ideia de “ordo salutis” nas Escrituras, precisamos salientar que esta é somente uma maneira didática de estudar o processo da salvação do homem. De maneira alguma estamos sugerindo que estes fenômenos salvacionais ocorrem de maneira isolada.
Na verdade, a salvação é uma obra completa que o Senhor realiza, onde cada etapa se interliga e se confunde com a outra, caracterizando uma ação global do amor de Deus pelos seus filhos escolhidos.
Podemos dizer que o desenvolvimento da “doutrina da salvação” é primordialmente uma obra da mente paulina do Novo Testamento. Foi o apóstolo Paulo, com seu peculiar discernimento sobre a fé em Cristo, que nos outorgou uma visão mais pormenorizada do processo de resgate do homem caído e escravizado ao pecado.
Está em Romanos 8.29 e 30, o texto mais próximo de uma ideia geral de “ordo salutis” que encontramos na Bíblia. Contudo, podemos aprender com o apóstolo, em outros textos aspectos bem próximos de uma sequência de eventos gerais que redundam na salvação de homens caídos. Um outro capítulo bastante próximo a este conceito é o de Efésios 1.3 a 14.
Em Romanos 5.1, por exemplo, ele diz: “...justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”  - é possível inferir deste texto que a justificação precede a reconciliação dentro do processo de salvação. Não estamos nos referindo ao concreto espaço de tempo em que uma coisa segue a outra, mas a uma importante consideração sobre a lógica dos acontecimentos: primeiro Deus paga o preço, nos justificando assim dos pecados, somente depois da Lei satisfeita pela obra de Cristo é que o Pai olha para nós com olhar reconciliado.
Em Romanos 10.17, lemos o seguinte: “...a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”. Uma outra tradução, mais impregnada no ideário brasileiro é: “de sorte que fé é pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus”. Eu prefiro a segunda, que é mais literal, segundo o texto grego mais utilizado em nossos dias.
De qualquer forma, chamo a sua atenção para o fato de que existe uma sequencia de atos no processo da salvação. O despertamento da fé ocorre em decorrência da chamada da Palavra de Deus na mente humana.
E, para encerrar esta etapa explicativa, apenas consideramos a base bíblica para uma elaboração teológica de uma ordem no processo da aplicação da redenção (ordo salutis) e que o propósito é apenas didático com o fito de facilitar o entendimento desta grandiosa e maravilhosa obra graciosa de Deus.

Predestinação - Uma Obra Eterna
Entre os temas bíblicos mais controversos do cristianismo histórico, desde os tempos de Agostinho de Hipona até os nossos dias, encontramos a discussão da “Doutrina da Predestinação”.
Essa doutrina ensina que a decisão sobre o destino eterno de todos os homens é um movimento exclusivo da vontade de Deus, recaindo sobre Deus toda a responsabilidade de definir quem será ou não alcançado e resgatado pela obra determinada no “pacto da graça”.
A recepção desta doutrina encontra algumas barreiras dentro do coração humano. Isto ocorre porque ela confronta uma das mais rígidas estruturas do sistema deturpado provocado, na queda humana; ela vai de encontro (deixo claro: bate de frente) com a estrutura egocentrada do coração do homem caído.
Então, a predestinação, que pontua sobre a autoridade divina para definir o destino humano, causa o desconforto no coração estruturado pelo pecado para amar a si mesmo, uma vez que coloca o homem na condição de receptor da vontade de Deus e não definidor da mesma. Foi disto que o apóstolo Paulo falou quando escreveu:
Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus? Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: porque me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? (Romanos 9.20 e 21).  
Os reformadores do século XVI foram unânimes em reconhecer a realidade bíblica desta doutrina. O ponto que se desenvolveu posteriormente foi quanto ao entendimento sobre o modo como a predestinação se efetiva na história da salvação. Boa parte dos teólogos protestantes, afirmou claramente a predestinação absoluta realizada em Deus na eternidade, seguindo o conceito calvinista.
Mas outra boa parte preferiu um caminho mais brando, afirmando que a predestinação era fruto da presciência de Deus. Ou seja, para estes tantos, Deus predestinava o homem como um resultado do conhecimento antecipado que tinha da situação eterna de cada um. Neste caso, Deus não efetivamente predestinava, mas apenas homologava um conhecimento que tinha e decretava o destino eterno baseado neste pré-conhecimento (ver 1 Pedro 1.2).

Apresentação do Conceito Reformado de Predestinação
Para os reformados, em geral dos de matriz calvinista, a predestinação é absoluta e ocorre como expressão da soberania, autoridade e poder de Deus. Portanto, é um ato definidor e não meramente reconhecedor do destino eterno dos homens (teoria da presciência).
Este nosso sistema se fundamenta em dois pilares fundamentais: Deus é soberano e o homem é completamente incapacitado pelo pecado para voltar-se para Deus, que é o conceito de “depravação total”.
Para melhor estudarmos este ponto vamos construir biblicamente este conceito, lembrando que o nosso foco será o estudo relacionado à salvação, então, focaremos a seguir na “eleição da graça”.

O Autor da Predestinação
O autor da predestinação obviamente é Deus. A Trindade como um todo está envolvida no processo de elaboração do conceito em geral, contudo, dentro da “economia da Trindade” (a definição de papéis na Trindade) a predestinação é uma obra atribuída particularmente ao Pai.
Manifestei o teu nome aos homens que me deste deste mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra” (João 17.6).
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que nos tem abençoado... assim como nos escolheu nEle, nele, antes da fundação do mundo...; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade (Efésios 1. 3 a 5).
Há vários textos que pontuam sobre o Pai realizando uma obra de determinação daqueles que irão crer e ser adotados como seus filhos. Inclusive, indicando que sem agir da vontade de Deus, nenhum homem poderá romper o laço que tem com o pecado e a condenação eterna.
Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora (João 6.37).
Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia (João 6.44).

As Partes da Predestinação
A predestinação, necessariamente, inclui duas partes. Deve-se considerar que inclui a salvação eterna e a perdição eterna dos homens. Olhando para estes dois resultados necessários da predestinação bíblica, dividimos o estudo da predestinação em dois focos: a eleição da graça e a reprovação dos ímpios.
Nosso foco, como já mencionado será direcionado para a “eleição da graça”. Entretanto, não podemos aferir um conhecimento mais completo desta eleição se não nos detivermos também no seu oposto, a doutrina da reprovação eterna dos ímpios.
A Doutrina da Reprovação Eterna dos ímpios
O padrões confessionais reformados falam da reprovação, tanto a Confissão de Fé de Westminster (Capítulo III e VII), quanto a Confissão Belga (Art.XVI), pontuam sobre este tema (vide exemplo):
CFW - III.3- Eleitos e não eleitos.
Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna1 e outros preordenados para a morte eterna
Temos dois lados da reprovação: a preterição que aponta para a determinação de Deus de deixar de lado alguns homens do operar da obra salvadora e a condenação que se define sobre eles, designando-os para a punição eterna de seus pecados.
A reprovação dos ímpios é claramente ensinada nas Escrituras e atribuída a Deus como um ato de sua vontade ativa e não somente uma declaração baseada na sua presciência.
Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição (Romanos 9.22).
Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos (1 Pedro 2.8).


domingo, 7 de abril de 2013

Estudos em Soteriologia - Aula 005 - O Pacto da Redenção


Introdução
Em nossos estudos sobre a Doutrina da Salvação - Soteriologia, vimos, na primeira parte, o profundo abismo do pecado em que o homem se encarcerou, seu estado de condenação e sua condição pecaminosa.
Como resultado deste estado de pecado, Deus, que é um justo juiz, vindica sua santidade ofendida com a punição da lei, isto é a morte. O instrumento de execução da pena capital é o derramar da Ira de Deus.
Portanto, a humanidade vive debaixo da Ira de Deus (Efésios 2.1 a 3), que será derramada finalmente no juízo final, quando Deus encerrar esta presente era e todos os homens estariam irremediavelmente perdidos, afinal “todos pecaram e merecem receber a penalidade”. 
Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Romanos 3.23).
Porque o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23a).
Neste estado de perdição o homem nada pode fazer por si mesmo. Sua natureza completamente afetada pelo pecado (depravação total) só nos incita para mais longe de Deus e da estrutura criacional de honra a Ele. Portanto, a salvação deverá vir de fora do homem e o único ser capaz de promover a salvação do gênero humano, nestas condições, é o próprio Deus.
O Eterno Pacto de Redenção ou Pacto da Graça
O Pacto Eterno de Redenção é a primeira obra visando a redenção do homem, isto é, tendo como objetivo livrar o homem pecador da condenação eterna. Este pacto ocorre no ambiente da “eternidade intertrinitária”.
Uma vez que Deus é absolutamente eterno e isto implica em que o homem não precisa já ter pecado para que Deus conhecesse a sua história, antes da fundação do mundo e, portanto, antes do próprio pecado do homem, a Trindade, em um Conselho Eterno, se inclina a redimir o homem, obra de suas mãos, e salvá-lo da sua própria Ira. As Escrituras atestam este pacto eterno em textos como:
“...assim como nos escolheu nEle, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor nos predestinou para Ele, para adoção de filhos...” (Efésios 1.4 e 5).
“...a manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas... Segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Efésios 3.9 a 11).
“...que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” (2 Timóteo 1.9).   
Podemos, destes e doutros textos, perceber que a decisão de redimir o homem ocorreu antes da fundação do mundo, quando a Trindade, decide que não deixaria o homem no estado de condenação em que ele se meteu.
O primeiro passo para a salvação do homem condenado foi a obra eterna do pacto de redenção intertrinitário. Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo são a fonte original da salvação do homem. Nisto, começa a se desenhar o nome que devemos dar a este pacto: Pacto da Graça. Uma vez que a obra redentora não nasce da busca dos que precisam de salvação, mas do próprio Juiz Eterno que decide buscar e salvar o perdido.
O Filho Designado Salvador
O Conselho Eterno da Trindade, no que diz respeito à Obra da Redenção, designou o Filho, a Segunda Pessoa da Trindade, como o Suficiente Redentor. Também estabeleceu como se daria todo este processo redentivo.
Portanto, a morte de Jesus, que tinha como propósito pagar o preço exigido pela Lei Eterna de Deus, fora considerada já antes da fundação do mundo. Por isto, o texto de Apocalipse é enfático em dizer que o Cordeiro fora considerado morto, antes da fundação do mundo.
“...adorá-la-ão [a besta] todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto deste a fundação do mundo” (Apocalipse 13.8).  
A designação eterna do Filho como redentor foi uma decisão trinitária, mas a ordem de enviá-lo para este fim foi o Pai. A esta divisão de tarefas intertrinitária chamamos de “Economia da Trindade”. Isto mostra o envolvimento das Três Pessoas da Trindade emtoda a obra redentiva.
“Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica o teu Filho, para que o Filho te glorifique a Ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste” (João 17.1 e 2).
O Filho Fiador da Aliança
A designação eterna do Filho como nosso Salvador o estabeleceu como nosso Eterno Fiador. Ou seja, ele cumprirá a função de pagar nossas obrigações legais, diante do tribunal de Deus.
“E, visto que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos sacerdotes [sacerdotes levitas do VT], mas este [Cristo], com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá: tu és sacerdote para sempre); por isso mesmo, Jesus tem se tornado fiador de superior aliança” (Hebreus 7.20 a 22).
O Filho Mediador da Relação Entre Deus e o Homem  
Outra designação do Conselho Trinitário para a pessoa do Filho é a de torná-lo mediador da nova aliança. Neste sentido, ele é o único sacerdote eterno que realiza a entrega sacrificial pelo pecado, mas também é o representante dos homens condenados, um substituto que a si mesmo se entrega como sacrifício. Portanto, ele faz a entrega do sacrifício de si mesmo em favor de pecadores condenados.
“Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas” (Hebreus 8.6).
Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim todos serão vivificados em Cristo (1 Coríntios 15.22).

Este Pacto é Uma Proposta de Amor Eterno e Exigente
Devemos considerar que o Pacto da Graça é a manifestação de um amor eterno de Deus. Ele nos amou, antes que existíssemos e nos concedeu seu Filho como oferta deste amor.
“...com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jeremias 31.3).
Todas as exigências da Lei, o Pai, justo juiz, fez recair sobre o Filho e, para que o Pacto da Redenção se tornasse eficaz, ele exigiu do Filho algumas coisas:
A) Que o Filho, como nosso último representante (último Adão) cumprisse as exigências da Lei (Mateus 5.17);
B) Que o Filho assumisse a natureza humana, nascendo de mulher, e esvaziasse de sua glória, adentrando a temporalidade da vida humana com suas fraquezas e limitações, sem contudo pecar (Gálatas 4.4, Filipenses 2.7 a 8);
C) Que o Filho que era superior à Lei, e colocasse debaixo da Lei e que se colocasse numa relação penal com a Lei, assumindo a culpa humana a fim de pagar a penalidade exigida (2 Coríntios 5.21);
Podemos dizer, então, que a obra do Pai e do Filho são em si, obras de amor. O Pai, porque envia seu único Filho e o Filho por ser o voluntário para esta profunda entrega de amor.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16).
Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai (João 10.17 e 18).  
Conclusão
Portanto, o Conselho Eterno da Trindade estabeleceu o Pacto da Graça nos termos de que a Lei seria satisfeita pela obra redentora a ser realizada na morte do Filho. Ele, por isto, se encarnou, para fazer-se homem e representar a raça humana, fazendo o sacrifício de valor eterno e perfeito.
É necessário dizer que a obra da salvação de homens condenados não se completa apenas na decisão eterna de redenção. Esta obra terá os seus desdobramentos históricos na aplicação desta salvação, de forma efetiva na vida das pessoas que serão salvas.
Este ponto será melhor compreendido no estudos das demais obras da salvação, o que chamamos de “Ordo Salutis” (ordem da salvação), que é um estudo de como a salvação se opera efetivamente na vida das pessoas.