AULA 08
Métodos de Meditação Bíblica
Como Usar as Escrituras Para o
Amadurecimento Pessoal
Introdução
A meditação nas
Escrituras é o ato de se fazer internalizar o conhecimento da verdade,
transformando-o em ferramenta prática para o viver diário. Este é um processo
da vida toda e que deve se transformar num hábito e modo de vida.
Hoje, trabalharemos
com alguns modelos de meditação bíblica, visando ampliar o ferramental de uso
da Verdade Escritural como ferramenta de crescimento espiritual.
A falta de um
hábito reflexivo na cultura brasileira precisa ser vencida e precisamos ganhar
essa dimensão comportamental para ganharmos poder na permeabilidade da lavagem
redentiva que a Escritura produz em nosso ser interior, na medida em que é
internalizada em nossa estrutura interior do coração profundo.
Antes o seu prazer está na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e de
noite (Sl 1.2).
O sentido profundo de “meditar
na lei do Senhor”
A ideia geral do
conceito de meditar não é somente a de refletir sobre uma verdade por algum
tempo. O salmista propõe a meditação como uma espécie de ruminação da verdade,
um processo de moagem do conteúdo da lei do Senhor com a finalidade de fazê-lo
altamente absorvível.
Meditar – o verbo hebraico “hagah”, indica o ato de falar repetidamente como um
gemido pessoal. Com este verbo, o salmista deseja que o homem de Deus
desenvolva um hábito de proximidade com o conteúdo da Lei do Senhor.
Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração (Lc 2.19).
Prazer na Lei – Embora o gesto de meditar tenha algum
aspecto da mentalização, isto é, do ato de decorar o conteúdo da lei, a ideia
proposta pelo salmista é o de enfatizar a ideia de instrução (Torah) como o
processo maior de internalização. Ou seja, a Lei do Senhor aqui colocada como
alvo da meditação é todo o processo de instrução de vida dado pelo Criador, por
meio da sua regulação do nosso uso e desfrute da realidade.
Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!
(Sl 119.97).
Lei do Senhor – o objeto primordial da meditação é a
descoberta da vontade do Senhor para a vida humana. O projeto do salmista é que
o homem seja guiado pelo Senhor e não por qualquer outra maneira de ver o
mundo. O verso 1 veta a busca de quaisquer outros conselhos, no modelo de vida
transgressor e propõe o modelo de vida entregue como o Senhor como o fio
condutor para o homem de Deus.
Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos
mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e
cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração (Cl 3.16).
TREINAMENTO DA
MENTE PELA MEDITAÇÃO ILUSTRATIVA
Iniciaremos
outro aspecto das nossas considerações sobre treinamento da mente através da
meditação, pontuando sobre um tipo de meditação que foi praticada e incentivada
nas Escrituras, a qual é, ao mesmo tempo, precisa ser criteriosamente aplicada
para que não seja corrompida e se torne em meditação mística. Trata-se da
“meditação ilustrativa”
A “meditação
ilustrativa” é o nome que eu aplico para aquele tipo de meditação bíblica que
parte da observação da existência, funcionamento, propósito e dinâmicas de
coisas naturais, fazendo uma clara aplicação ao conhecimento das coisas
espirituais de forma bíblica.
Há alguns
exemplos de como isso foi proposto na Escritura. Entre os mais famosos temos
aquela parte do Sermão da Montanha, em que Jesus pede aos seus discípulos que
“olhem as aves dos céus” e “olhem os lírios do campo”. Ele considera sua
existência e sobrevivência e faz uma reflexão sobre o cuidado de Deus para com
os discípulos.
Ele diz
que Deus cuida destes seres tão frágeis e, de certa forma, tão menores que os
homens, pedindo a eles que meditem sobre os aspectos fundamentais do cuidado de
Deus para com os seus discípulos.
“Observai as aves dos céus: não
semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as
sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves” (Mateus 6.26)?
Outra ilustração
natural que serviu como elemento para a meditação nas coisas de Deus foi aquela
registrada no livro de Jeremias, capítulo 18. 1 a 6.
“Dispõe-te e desce à casa do oleiro, e lá
ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava
entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se
estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu”
Jeremias 18.2 a 4.
Como você deve
saber o final da história, o oleiro, o vaso, o barro e tudo naquela cena
natural foi utilizada por Deus para propor a Jeremias que meditasse nas coisas
que Ele, Deus, haveria de fazer em relação ao seu povo.
Os salmistas
utilizaram muito destas ilustrações para meditar nas coisas de Deus, na sua
majestade, no seu amor, no dever dos homens para com Ele etc. São vívidas as
passagens que falam do pastor de ovelhas, das corsas que buscam pelas águas,
das chuvas, dos pássaros que buscam abrigo etc.
Esse tipo de
meditação é extremamente proveitoso para o treinamento da nossa mente, pois
cenas naturais que podem ser utilizadas para considerações espirituais
acontecem constantemente em nossa vida. Todos os dias e, com certeza em grande
quantidade, podem ser detectadas por todos nós.
Além de muito
freqüentes elas também são poderosas no treinamento de nossas mentes pois
tornam o conhecimento de Deus muitíssimo prático para todos nós. Pois
estabelecem uma sinapse direta entre o conteúdo, o significado e a prática.
O uso deste
recurso treina a nossa mente a pensar em Deus mais constantemente, pois, sendo
tão ricas e contínuas a ocorrências de situações ilustrativas, mais agilmente
somos tomados pelos insights de meditação em Deus. Ao mesmo tempo, ela torna a
nossa evangelização mais ilustrativa sobre Deus, pois nos permite, como Jesus
fez em relação às parábolas, apresentar a mensagem do Evangelho de uma maneira
mais ilustrativamente clara para os descrentes.
Mas, apesar de
tantos benefícios, devemos permanecer alertas pois, este tipo de meditação pode
carregar um perigo enorme e devemos tomar muito cuidado. O perigo gritante
desse método é de fazer falsas referências espirituais de coisas naturais.
Falsos mestres
aproveitaram a prática escriturística da meditação ilustrativa e fizeram
analogias espirituais inapropriadas, criando assim doutrinas falsas, segundo os
seus próprios interesses. Um bom exemplo desse tipo de abuso são as ilustrações
utilizadas pelos proponentes da Teologia da Prosperidade.
Exemplo: um leão corre atrás de uma presa e
a toma sem dó. Bem isso, poderia significar você orando, isto é, você vai
diante de Deus como fome do que quer e toma da mão de Deus sem dó (é simplista
o exemplo, mas não se assuste se alguém o utilizar por aí!).
Para se defender
desse erro você deve lembrar a regra básica da meditação bíblica: meditação
bíblica é sempre baseada e derivada do conteúdo bíblico. Certamente, nenhuma
ilustração sem apoio das Escrituras terá lugar na vida de aproximação com Deus.
Você só conseguirá meditar ilustrativamente de forma bíblica se o conteúdo bíblico
conduzir o modo e o resultado da sua prática meditativa.
Portanto o que
produzirá conteúdo à sua meditação é seu conhecimento das Escrituras. Na
verdade, você está apenas sendo tomado pela cenografia que ilustra o ensino
bíblico que você carrega em seu coração. O papel da ilustração é dar cara viva
ao conteúdo bíblico, muitas vezes superficial, que você já possui, fixando-o e
tornando-o arraigado ou mais arraigado em sua mente.
Um exemplo que
posso dar a todos aconteceu-me outro dia: sou o responsável por colocar comida
para a cachorrinha que temos. Um certo dia, cheguei muito tarde e cansado em
casa. Apenas tomei um banho e fui dormir. Naquele dia, por vinte e quatro
horas, a cachorrinha ficou sem comer. No outro dia, eu lembrei do meu erro e
fui correndo colocar comida para ela. Cheguei na parte do quintal que lhe é
separado com um pode de ração, sabendo que ela devia estar com muita fome. A
minha surpresa foi que ela, pelo que mostrou depois, estava com muita fome, no
entanto, no momento em que me aproximei, ela estava mais interessada em curtir
a minha presença amiga de dono, pegou bolinha para eu jogar, abanou o rabo,
pulou etc.
Refletindo sobre
isso, posteriormente pensei sobre o modo como nós, filhos de Deus, amigos de
Cristo, somos mesquinhos e, nos deixamos fixar muito mais nas coisas que Ele
nos dá, que naquilo que Ele é para nós. Fiquei muito envergonhado e orei
pedindo a Deus que me perdoasse por todas as vezes em que não fiz como a minha
cadelinha fez comigo.
Creio que todos
vocês compreenderam o perigo e o mecanismo para fugir deste erro grosseiro.
Espero, sinceramente, que ninguém jogue fora a possibilidade dessa meditação
ilustrativa e seus benefícios por um excesso de escrúpulos, produzido pelo
perigo que foi aqui mencionado.
Um outro aspecto
interessante sobre “meditação ilustrativa” é que o ideal não é que ela venha de
forma forçada, mas seja produzida como que pelo próprio Espírito Santo em nossa
mente.
Trabalho com
muito cuidado com isso e sei que o próprio linguajar, às vezes, tem algumas
imprecisões. O que tento fazê-los entender é que, muitos, conhecendo essa
possibilidade, começam a olhar para tudo ao seu redor e parar e tentar promover
uma meditação ilustrativa. Esse tipo de atitude esvazia as possibilidades de
resultado agregador da meditação, pois a banaliza e escraviza.
Os salmista dizia
que ele meditava nas horas da noite, Jesus tomava exemplos fortuitos, de
repente. Na verdade, a melhor maneira disso acontecer é pela espontaneidade do
Espírito, ou seja, de repente, somos tomados pelo ímpeto de meditar em algo que
acontece. Sem um planejamento, mas como uma comoção da alma que um desígnio da
mente.
Estou dizendo que
assim ela é mais proveitosa, não que não o possa ser, quando deliberadamente me
devoto a fazê-lo. A questão é que a espontaneidade reforça a pureza do ato.
Em suma, o que é
importante é que ela não seja dissociada da Palavra de Deus e seu ensino
perfeito.
TREINAMENTO DA
MENTE PELA MEDITAÇÃO DOGMÁTICA
A meditação
dogmática é a “meditação no ensino da palavra” por excelência. É o recurso de
tomar o ensino bíblico sobre um tema e ruminar sobre o seu significado e
implicações práticas e teológicas para a sua fé e vida.
Meditar
dogmaticamente é o ato de trazer à mente doutrinas bíblicas e sobre elas
considerar positivamente, procurando aplicar seu conteúdo ao seu dia-a-dia,
tanto quanto, conhecer com mais profundidade aquela determinada área do
conhecimento de Deus e sua vontade.
Esse método foi
aplicado pelos servos de Deus e temos amostras claras do seu uso entre as
personagens bíblicas, tanto quanto naquelas figuras históricas do cristianismo
bíblico.
As mesmas
considerações que fizemos no tema anterior “meditação ilustrativa” quanto à
necessidade, bem como, a eficácia desse ato meditacional, com certeza podem ser
aplicadas à meditação dogmática. Os mesmos critérios apontados para o homem do
salmo 1, cuja vida era pautada pela Lei de Deus e nela buscava meditar, devem
ser retomados agora na meditação dogmática.
Enquanto que na
“meditação ilustrativa” nossa meditação partíamos de fora para dentro do nosso
conhecimento adquirido da Lei de Deus (Toda a Escritura), ou seja, a realidade
ao nosso redor nos fornecia os elementos meditacionais; na “meditação
dogmática” é o conhecimento adquirido que nos leva a avaliar a realidade
externa.
Em outras
palavras, aquele conhecimento que você já possui em sua mente, muitas vezes
apenas acumulado dentro do espectro mental, é a base da meditação dogmática. Na
qual, o homem de Deus busca em sua mente uma doutrina aprendida e passa a
considerá-la de uma maneira mais determinada e aprofundada.
Há vários
estágios desse tipo de meditação, desde os mais simples até os mais
aprofundados, nos quais, o servo de Deus se utiliza de recursos externos para a
sua tarefa meditacional. Procuraremos trabalhar com esses elementos, fazendo
pequenas simulações para exemplificar o método.
Antes de
partirmos para a obra de simulação do método, deixe-me considerar duas coisas
antes: a primeira é a inspiração desse método no trabalho dos teólogos
sistemáticos; a outra consideração é quanto aos exemplos bíblicos de aplicação
dessa rotina meditacional.
Na verdade, os
teólogos sistemáticos não inventaram um método de estudo, mas reeditaram um
método apresentado nas Escrituras, dando-lhe forma. Não buscarei adentrar nas
questões históricas desse método de estudo da Palavra, apenas me referir ao
conceito geral do mesmo.
A Teologia
Sistemática é tradicionalmente conhecida como aquela atividade teológica de agrupar
o conhecimento teológico debaixo de grandes temas e desenvolver
doutrinariamente cada um deles. Por exemplo: o teólogo sistemático, estabelece
um sistema de estudo da doutrina da salvação (soteriologia) e procura, então,
definir os termos, selecionar os aspectos construtores desse conhecimento e
depois estruturar a doutrina embasando-a a partir das diversas afirmações
bíblicas que compõem esse tema.
Dessa forma,
quando você toma um livro de Teologia Sistemática, você poderá identificar tudo
o que aquele autor compilou sobre determinada doutrina dentro daquele tópico.
Evidentemente, os estilos são diversos, mas em geral é assim que um Teólogo
Sistemático trabalha.
A Bíblia não é um
livro de Teologia Sistemática, embora seja ela a fonte da qual os sistemas
teológicos dependem. Entretanto, personagens bíblicos e mesmo os seus
escritores, muitas vezes fazem uso dessa lógica sistemática para expor a
Palavra de Deus e fazer suas afirmações de fé, a respeito de Deus e sua
vontade.
Faço lembrar aqui
que partimos do pressuposto de crença na Inspiração e Inerrância das
Escrituras, de forma que o labor teológico dos escritores bíblicos também são
labores revelacionais do Espírito Santo, assim, nisto diferem completamente dos
teólogos sistemáticos, cujos sistemas são derivados e não fonte de revelação
divina. Portanto, o labor dos teólogos sistemáticos podem apresentar falhas,
porém o dos escritores bíblicos não.
Exemplos Bíblicos
de Meditação Dogmática
Procuraremos
selecionar alguns exemplos bíblicos para ilustrar esse tópico, nos diversos
tipos de literatura bíblica, desde o período inicial até as páginas do Novo
Testamento.
O primeiros
exemplo que tomaremos vem do Pentateuco, o Cântico de Moisés, em Deuteronômio
32. Quero considerar que devamos procurar construir o pensamento a respeito de
como esse cântico foi construído na mente de Moisés.
Uma das coisas
que notamos no início deste cântico é que Moisés conclama Israel a ouvir e
considerar (“meditar”) naquela formulação que ele apresentava ao povo, acerca do
Nome do SENHOR. Ele diz que aquelas palavras eram a sua “doutrina” sobre o Nome
do SENHOR.
“Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; ouça
a terra as palavras da minha boca. Goteje a minha doutrina como a chuva,
destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a relva e como
gotas de água sobre a erva. Porque proclamarei o nome do SENHOR. Engrandecei o
nosso Deus” (Deuteronômio 32.1 a 3).
Com essas palavras Moisés exige, de maneira
poética a máxima atenção ao que ele irá fazer. Portanto, o que Moisés irá falar
ele já tem conhecimento, e sabe o que irá dizer antes de o comunicar aos filhos
de Israel. O seu intento é que eles conheçam essa doutrina e meditando nela
venham a engrandecer o seu Deus.
Isto
necessariamente aponta para o fato de que ele havia permanecido algum tempo
pensando nessas coisas e construindo o seu pensamento sobre esse assunto.
Agora, então, o que temos registrado em Deuteronômio 32 é o resultado do
período de meditação de Moisés no ser e na obra de Deus.
O tema de sua meditação
pode ser encontrado no verso 4:
“Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas,
porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele
injustiça; é justo e reto”.
Moisés estava
meditando na História de Jehovah com Israel, a quem Ele tirou do Egito e como
Israel procedeu neciamente para com o seu Deus. Não atentaram para a sua
fidelidade e abandanoram o Senhor para buscar a outros deuses. Esqueceram-se da
Lei do Senhor e adoraram aos deuses dos povos. Por isso, Deus se vingou de boa
parte deles no próprio deserto e os rejeitou, porque não pode conviver com a
infidelidade, aquele que é Fiel.
Não iremos nos
delongar em analisar todo “Cântico de Moisés”, desejamos apenas destacar o fato
de que ele meditou sobre a fidelidade de Deus e sua retidão, e fez aplicação
necessária para compreender a história de Israel naqueles anos no deserto, bem
como, procurou aplicar isso à vida do povo de Deus.
Os versos finais
do capítulo nos ajudam a compreender que a meditação dogmática de Moisés o
levou à conclusões práticas sobre a vida de Israel e aos devidos afazeres
decorrentes das considerações teológicas abordadas.
“Tendo Moisés falado todas estas palavras a
todo o Israel, disse-lhes: Aplicai o coração a todas as palavras que, hoje,
testifico entre vós, para que ordeneis a vossos filhos que cuidem de cumprir
todas as palavras desta lei. Porque esta palavra não é para vós outra coisa vã;
antes, é a vossa vida; e, por esta mesma palavra, prolongareis os dias na terra
à qual, passando o Jordão, ides para a possuir” (Deuteronômio 32. 45 a 47).
Aqui podemos
notar que os autores bíblicos tinham a prática de meditar em Deus, no seu ser e
obras, ruminar nas implicações dessas verdades, conhecer o relacionamento que
tinham com esse Deus e aplicar à sua vida, como forma de crescimento pessoal.
A meditação
dogmática tem como objetivo uma aplicação final que faça com que a verdade, às
vezes, apenas armazenada na mente, seja aprofundada e comece a fazer o papel
transformador do nosso caráter, como deve acontecer com todas as verdades da
Escritura.
Outro exemplo que
iremos tomar vem dos Salmos. No caso, um Salmo de Asafe, o de número 73.
Neste texto
maravilhoso, o salmista Asafe medita na bondade de Deus e como Ele se relaciona
com os justos (os de coração limpo). O salmista declara que ele não compreendia
muito bem a prosperidade dos ímpios e, às desventuras dos justos, até que sua
meditação o levou à uma conclusão maravilhosa, ele atentou para o fim de todas
as coisas e como Deus tem sempre um futuro melhor para os que o temem.
No verso 16, ele
faz a seguinte declaração:
“Em só refletir para compreender isso, achei
mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei com o
fim deles” (Salmo 73.16 e 17).
Facilmente
podemos notar que a construção desse salmo aconteceu em uma meditação dogmática
sobre Deus e suas obras, principalmente a bondade de Deus para com os homens.
Asafe, declara
que pensava nestas coisas e, ao que parece, o fazia enquanto se dirigia ao
Templo. Quando ele adentrou ao Templo, sua mente recebeu luz e ele meditou
sobre o fim de todas as coisas e logo o seu pensamento foi encaminhado à glória
de Deus.
Você poderá ler o
Salmo e perceber com mais detalhes a mudança na mente desse homem que meditou
na bondade do Senhor. A ponto de no final ele resumir suas conclusões da
seguinte maneira:
“Os que se afastam de ti, eis que perecem; tu
destróis todos os que são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar junto
a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus
feitos” (Salmo 73.27 e 28).
Entre os escritos
dos profetas de Israel temos muitos exemplos da prática da meditação dogmática.
Um bom exemplo vem de Jeremias, no seu livro, conhecido como “Lamentações de
Jeremias”.
Neste livro, o
profeta Jeremias enfrenta um tempo muito difícil da vida da nação Israelita que
fora levada ao cativeiro. Lá, viu a aflição do povo de Deus e as muitas
amarguras pelas quais passou nas mãos dos seus opressores.
Jeremias se viu
em um estado de desânimo profundo. No capítulo 3, ele diz que sua alma estava
sem esperança, ou quase sem esperança. É pede a Deus que alguma coisa lhe sirva
à mente para recuperar o vigor da fé. Sua mente se reencontra com a meditação
na “Misericórdia do Senhor” e, assim, o profeta se levanta de seu estado de
desesperança e recupera o estado de fé.
“Quero trazer à memória o que me pode dar
esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos,
porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua
fidelidade” (Lamentações 3.21 a 23).
Como podemos
observar, o profeta reflete nas virtudes do SENHOR e esta meditação o conduziu
a um relacionamento diferenciado com Deus em um momento de profundo sofrimento.
Como exemplo do
Novo Testamento, iremos tomar a carta de Paulo aos Romanos. Esse é o mais
complexo escrito paulino, considerado por muitos como sendo uma verdadeira obra
teológica dos tempos apostólicos.
Não cremos que
Paulo tinha essa pretensão, ou seja, a de escrever um tratado teológico sobre a
justificação-santificação para os crentes de Roma. Mas, como lhe era peculiar,
procurava vivenciar e compartilhar a fé de modo prático. Mas, sendo essa uma
carta sem uma proposta clara de cunho apologético, como encontramos em outras,
o apóstolo se sentiu mais a vontade para escrever de uma maneira diferenciada e
mais livre sobre Deus e sua obra salvacionista.
Não teremos
espaço aqui para uma abordagem mais pormenorizada carta. No entanto, o leitor
poderá fazê-lo, pois é de excelente conforto o modo como Paulo apresenta suas
considerações teológicas em Romanos.
Uma leitura
rápida da carta sugerirá que a primeira parte da carta tem um caráter
meditacional intenso, pois nela, Paulo rumina sobre diversos aspectos
teológicos sobre os efeitos do pecado, a situação do pecador e como Deus age
graciosamente para salvá-lo, justificando-o em Cristo Jesus.
O apóstolo usa
exemplos do Velho Testamento, meditando no modo como Deus se relacionou com
Abraão, analisa a vida do pecador que deseja fazer o bem, mas não consegue e,
portanto, não pode ser salvo por suas obras. No final, o apóstolo medita na
misericórdia que Deus utilizou para com os homens.
Não cremos que
seja errado considerar que esta parte inicial da carta seja o produto da
meditação do apóstolo sobre a obra de Deus, especialmente quando ele conclui
esta parte com uma maravilhosa doxologia:
“Ó profundidade da riqueza, tanto da
sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os teus juízos, e
quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?
Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e
por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória
eternamente. Amém” (Romanos 11.33 a 36).
Evidentemente,
para Paulo era uma grande alegria espiritual conhecer a Deus e perscrutar a
sabedoria de Deus, revelada na graça de Jesus. Disso, o apóstolo imediatamente
tira lições e aplica aos seus leitores, dizendo que eles deveriam mostrar essa
obra de Deus na vida deles, buscando a renovação da sua própria mente.
Antes, porém, de
prosseguir na exposição do texto de Romanos, gostaria de fazer esse alerta
importante. Nenhuma meditação na Palavra deve se limitar a ser um exercício
intelectual, pois, na verdade, meditamos na Lei de Deus para aprender a viver
de uma maneira mais justa, não nos associando às obras ímpias das trevas.
O apóstolo Paulo
nos fornece mais um bom exemplo disto nesta parte da carta aos Romanos, pois
ele vê que a necessária resposta à Revelação Bíblica da Redenção é uma vida
oferecida a Deus, por meio de atitudes que revelam a operação da obra
redencional em nós.
Seguindo o
princípio da “Meditação Dogmática” não faremos uma exposição do texto e seu
significado, mas da implicação prática do mesmo. Observe que o apóstolo propõe
uma atitude prática decorrente das sublimes verdades que ele acaba de expor.
Talvez essa palavra de Paulo aos crentes de Roma, seja o fruto necessário do
que ele próprio havia pensado enquanto meditava para escrever aos seus irmãos.
“rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias
de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja
a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.1e2).
Seguindo aquilo
que ele mesmo já havia considerado no capítulo 6, Paulo prevê que a vida do
crente, que reflete sobre sua condição de pecador redimido em Cristo Jesus,
deve ser entregue a Deus como instrumento de justiça, isto é, prática
consistente com o seu novo estado redencional.
“Assim também vós considerai-vos mortos para
o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado
em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais
cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas
oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a
Deus, como instrumentos de justiça” (Romanos 6.11 a 14).
O que desejamos
destacar é a necessidade de que a meditação na Lei de Deus ajude a formar em
nossa mente o desejo de uma prática consistente com a Palavra que molda o nosso
pensamento. O surgimento de uma mente cristã, totalmente guiada pela voz de
Deus (Palavra) é o produto que se espera dos tempos de meditação dogmática na
verdade de Deus.
TREINAMENTO
DA MENTE PELA MEDITAÇÃO TEXTUAL BÍBLICA
Evidentemente,
estamos tratando de uma única tarefa, que é o ato de meditar na Lei de Deus.
Essa tarefa poderá ser levada a efeito, tendo por instrumento a “Meditação
Ilustrativa”, que consiste no uso dos elementos ao redor com a finalidade de
que as realidades exteriores ilustrem as verdades eternas, conforme ensinadas
nas Sagradas Escrituras. Outro instrumento que já tratamos é a “Meditação
Dogmática”, que se trata da recuperação da verdades aprendidas sobre Deus,
trazê-las ao pensamento consciente e nelas considerar, procurando implicações
práticas na vida cotidiana.
Agora,
entretanto, continuaremos a busca da “meditação na lei de Deus”, enfatizando o
uso do texto bíblico. Na verdade, diferenciamos esse método da “meditação
dogmática”, por que a sua temática é concentrar o ato de meditar no próprio
texto em si e não apenas nas doutrinas bíblicas.
Esse método aproxima-se
do que, em Teologia é conhecido como “Teologia Bíblica”. Esse método teológico
estuda as verdades bíblicas através do processo revelacional, procurando um
entendimento mais completo dos propósitos revelacionais da Escritura. Também
forma uma consistente visão do todo bíblico.
Exemplos
Escriturísticos de Meditação Textual Bíblica
Devemos
esclarecer, que não era uma preocupação dos escritores bíblicos, nem de suas
personagens, qualquer distinção sobre métodos teológicos. Na verdade, eles
simplesmente registravam o texto, ou viviam suas histórias segundo o Espírito
lhes dirigia, vivendo sua vida com Deus de forma simples e prática.
Entre os maiores
mestres bíblicos dessa prática meditacional temos o próprio Senhor Jesus.
Várias passagens do Novo Testamento, dão conta de que ele se valia das
passagens do Velho Testamento para aplicar aos seus discípulos a verdade
escriturística a seu respeito.
Em Lucas 24.26,
Jesus procura meditar no texto bíblico para levar os dois viajantes do Caminho
de Emaús a refletirem sobre o seu desânimo.
“E,
começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a
seu respeito constava em todas as
Escrituras” (Lucas 24.27).
Como podemos
notar, o texto bíblico é o instrumento de Jesus para a exposição da verdade.
Isso está acontecendo enquanto caminham na direção de Emaús e isto está
provocando uma reação em seu coração, muito parecida com aquela descrita no
Salmo 39.3 e 4.
“Porventura, não nos
ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as
Escrituras?” Lucas 24.32.
Como
você pode observar, os elementos meditacionais estão bem presentes e eles
partem do texto bíblico, no caso, de alguns textos nos Livros da Lei e nos
Profetas (lembrando que os judeus consideram os livros históricos, também
proféticos).
Em seguida, Jesus
os deixa e o último elemento da meditação entra em ação, isto é, a “prática’.
Os dois discípulos são restaurados no vigor da sua fé e partem na direção
oposta, voltam para Jerusalém.
“E, na mesma hora,
levantando-se voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e outros
com eles” (Lucas 24.33).
Neste ponto,
iremos utilizar menos exemplos e de forma mais sucinta, uma vez que tudo o que
já foi dito em relação a alguns processos da meditação ilustrativa e dogmática,
servirão para se aplicarem aqui, evitando, assim, a repetição.
Voltaremos nosso
olhar para o livro de Atos, capítulo 8. Ali, vemos um homem lendo o texto
bíblico, procurando meditar na mensagem de Isaías 53. Ele não entende e Filipe
vem ao seu encontro e lhe ajuda no ato meditacional.
“Então,
Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anuncio-lhe a
Jesus” (Atos 8. 35).
Você pode notar
que eles estavam andando na direção da terra do Eunuco, já na direção de Gaza,
ao sul da palestina. Eles estão com o texto de Isaías e meditam nas implicações
deste texto e, depois, lêem outros textos e meditando neles, chegam à Cristo
Jesus e, certamente, o Eunuco é levado a pensar nas implicações práticas disto.
Em seguida,
depois deste tempo juntos com o texto, eles chegam a um ponto em que o Eunuco
deseja algo prático na sua vida, ele clama pelo batismo cristão. Então, Filipe
o encaminha nesse compromisso de fé e depois o deixa.
“Seguindo eles caminho
fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água;
que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É licito, se crês de todo o
coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.
Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco”
(Atos 8.36 a 38).
Esse método, em
tese, deve nos levar ao mesmo lugar, ou seja, uma consideração necessária ao
ensino da Lei de Deus e suas implicações práticas na nossa vida. O objetivo é
sempre uma mudança de conduta, a partir de uma mudança na mente, pelo
aprofundamento da Palavra em nós.
Em ambos
exemplos, podemos perceber que uma interiorização do texto bíblico acabou
ocorrendo, isto é, aqueles que meditaram foram não apenas esclarecidos, mas o
texto transformou-lhes a vida.
Esse método se
aproxima muitíssimo das próprias pregações que ouvimos, que nada mais são que
meditações textuais bíblicas dos pregadores que se tornaram em sermões para
toda a comunidade. Você pode considerar esse método como uma pregação para você
mesmo, procurando extrair dos textos bíblicos ensinos que se apliquem
diretamente à sua realidade pessoal.
Neste sentido,
esse método meditacional pode oferecer ao crente uma aproximação com a
Escritura, treinamento no conhecimento da Palavra, mas principalmente, conformação
da sua vida ao que ele lê na Lei de Deus, com a vantagem sobre o sermão de que
as aplicações do texto não são genéricas, mas diretas às necessidades sentidas.
Descobrindo o
Foco da Mudança da Mente
Procure descobrir
o Foco da Sua Condição Decaída ao qual o texto se aplica diretamente. Esse
conceito (FCD) é ensinado pelo Professor Dr. Bryan Chapell, um expert em
pregação. Ele parte do princípio de que todo o texto bíblico tem uma aplicação
redencional, isto é, a Escritura é a voz de Deus alterando nossa vida,
promovendo a Redenção em nós.
“Toda
Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16 e 17).
O FCD é aquela
esfera particular do seu caráter, da sua prática de vida, suas circunstâncias
etc, que são afetadas pela presença do pecado e que precisam ser alcançadas por
uma mudança de mente, ou até mesmo o fortalecimento da sua mente, naquilo que
ela já consegue pensar redencionalmente.
Evidentemente,
esse passo pode ser dado em qualquer um dos outros métodos de meditação
estudados até aqui, mas na “meditação textual bíblica” ele tem uma principal
aplicação, pois o próprio Deus afirma que a sua Palavra promove mudança em nós.
“Guardo
no coração a Tua Palavra para não pecar contra ti” (Salmo 119.11).
“Vós
já estais limpos, pela Palavra que vos tenho falado” (João 15.3).
“Santifica-os
na Verdade, a Tua Palavra é a Verdade” (João 17.17).
“E
que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para
a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3.15).
Faça
Aplicações Práticas
Infelizmente,
temos vivido um evangelho muito teórico. Enfatizamos tanto a necessidade de
conhecer a verdade e não nos despertamos para o fato de que o verdadeiro
conhecimento da verdade exige aplicação prática à vida.
Bryan Chapell,
tem uma frase maravilhosa sobre a falta de aplicações práticas nos sermões: “Não
somos simplesmente ministros da informação; somos ministros da transformação de
Cristo” (Bryan Chapell - Pregação Cristocêntrica - Ed. Cultura Cristã).
Em se tratando da
“Meditação na Palavra”, não podemos nos esquecer de que o objetivo dessa ação
não é o de apenas dizer para Deus que estamos fazendo algo. Não é o
preenchimento de uma praxe, ou uma exigência, o objetivo é a transformação da
nossa mente. Não existe razão em uma meditação, cujo objetivo seja tão somente
criar uma rotina para satisfazer nossa consciência religiosa.
Essa é a crítica
que Tiago faz àquele que busca a Palavra sem uma ênfase na mudança prática da
vida. E, lembrando bem, isso foi também o que o próprio Cristo afirmou em
Mateus 7.24 a 27.
“Porque
se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que
contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se
retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que
considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera,
não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem aventurado
no que realizar (Tiago 1.23 e 25).
Evidentemente,
a aplicação prática é o que precisamos em nossas meditações, pois não meditamos
por outro motivo senão para a transformação da nossa mente e com isso, uma
prática de vida que mostre o nosso novo ser redimido.
Quando você
descobre o FCD, o texto tem apresenta aquilo que precisa ser transformado em
sua mentalidade cristã, disto decorre que suas ações seguintes deverão se
conformar ao seu FCD. Então, a aplicação prática deve gerar decisões.
Tome Decisões
Redencionais
“Decisões
Redencionais” são as respostas práticas que damos ao nosso ato meditacional. Na
verdade, “Decisões Redencionais” são aquelas respostas que damos a Deus, sempre
que ouvimos a sua voz.
Crentes devem
decidir o que irão fazer com aquilo que ouvem da parte de Deus. Eles não podem
simplesmente ouvir o que Deus tem a dizer, como se o que o Pai Celeste fosse
apenas uma conversa casual sobre amenidades.
Deus está
disposto seriamente a transformar nosso caráter pela sua palavra e nós
ralentamos em ouvir e nunca decidir nada sobre nós mesmos.
Tiago, ainda nos
ajuda a pensar nisso com as seguintes palavras:
“Se alguém supõe ser religioso,
deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua
religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é
esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo
guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1.26 e 27).
“Falai de tal maneira e
de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da
liberdade” (Tiago 2.12).
Por isso, não retarde suas decisões diante da voz de Deus. Em suas
meditações procure os locais escuros do seu caráter e ilumine-os, ou ainda,
procure fortalecer a luz que está em você, escolhendo práticas que te tornem
mais eficiente redencionalmente, na obra de viver para Deus.
Muitos livros podem reformar seu caráter, mas somente a Bíblia pode
efetivamente transformá-lo (Joel Beeke). A meditação na Lei de Deus é a busca
dessa transformação de uma maneira mais profunda e efetiva.