domingo, 25 de setembro de 2016

Família e Sociedade - Lascívia

Prof. Diac. Marcelo Guadanholi

Família Sociedade – Uma sociedade carregada de lascívia.

Ao longo das ultimas aulas, estamos insistindo na ideia que o cristão tem um ponto de partida para se pensar e viver a vida. 
Este ponto de partida é o próprio Deus, são os padrões que Ele estabeleceu para vivermos uma vida, na qual ele seja glorificado com nosso modo de pensar e agir.
Existe também outro de ponto de partida, é o homem conduzido pelo amor a si mesmo. 
Esse amor a si mesmo tem raiz lá no Jardim do Éden, quando o homem escolhe satisfazer-se, ao invés de obedecer a Deus. (Gn 3:6)
Se a escolha por si mesmo em detrimento de Deus foi uma péssima escolha, tendo como conseqüência a morte eterna e o distanciamento do homem de Deus (Rm 6:23), e agora sabemos que através do sacrifício de Jesus, Deus nos resgata do castigo, nos dá vida eterna e o privilégio de viver novamente perto dEle. 
Então o anseio do nosso coração não deve ser outro, a não ser desejar viver a vida de acordo com o padrão de Deus. 
Pensar na realidade não mais de acordo com uma mente longe do Senhor, mas pensar com uma mente transformada, na qual Ele mesmo nos dá através do seu Espírito (I Co 2:16).



A sensualidade em uma Sociedade sem Cristo.

Será que pessoas sem Cristo, conseguem perceber algum problema com a sensualidade?
Se conseguirem perceber algum problema, a motivação não está em saber que isso desagrada ao Senhor. Porque o homem natural, não tem Deus como referência para se pensar qualquer coisa desta vida, a motivação para analisar uma questão da vida sempre será centrada nele mesmo.
Não fico feliz em dar esta resposta, é triste saber que o homem sem Cristo age em função dele mesmo. 
Portanto com relação à sensualidade, o homem pensará da mesma forma, se faz bem para ele, então é bom.
O resultado disso é ver como os homens se gabam por se relacionar com varias parceiras diferentes, e as mulheres por se esforçarem para parecerem cada vez mais atraentes e desejadas por eles.
Também temos a indústria da pornográfica, que vende uma mentira sobre o sexo, com a finalidade de atrair cada vez mais espectadores.
No geral, uma sociedade sem Cristo não encontra problema na sensualidade.



Sexo não é o problema.

Não há nenhum problema com o sexo, aliás, ele foi criado por Deus.
Deus nos fez criaturas sexuais, com impulsos sexuais e isso faz parte do que significa ser um homem criado à imagem de Deus.

Pense nisso: o Filho de Deus sem pecado, que obedeceu perfeitamente aos mandamentos Deus em relação a pureza  e nunca cobiçou, era completamente humano. Isso significa que Jesus era um ser humano sexual. Deus não o alterou na encarnação. Deus tornou-se como um de nós, um ser humano vivo, que respirava, suava, tinha desejos e sentimentos. (Joshua Harris)

Não se escandalize com esse exemplo sobre Jesus, ele serve para mostrar como não há nenhum problema em sermos criaturas sexuais. Somos criaturas sexuais porque o soberano Deus nos criou desta forma.
Então não há problema com o sexo, o problema está como o pecado usa o sexo, procurando confundir os padrões de Deus com a influência corrompida da lascívia.

Então não é errado achar uma pessoa atraente, errado seria despir a aquela pessoa com seus olhos ou imaginar como seria tê-la. 
Um pensamento sexual que surge em sua mente não é necessariamente lascívia, mas pode se tornar lascívia rapidamente se é acolhido e alimentado constantemente. (Joshua Harris)



Apresentando a Lascívia

A lascívia consiste em desejar o que você não tem e que não é para você. A lascívia vai além da atração, de uma apreciação da beleza ou até mesmo de um desejo saudável pelo sexo  ela torna esse desejos mais importantes que Deus. A Lascívia deseja ir além das diretrizes de Deus para encontrar a satisfação.
Ela é um desejo sexual que Deus proibiu. (Joshua Harris)


Efésios 5: 3

A lascívia sempre é um desejo impuro para aquilo que é proibido.
Mas, embora a lascívia almeje muito um objeto ou uma pessoa, no final das contas esse objetivo não é seu prêmio; sua meta é o próprio ato de desejar. O resultado é que a lascívia nunca pode ser saciada. Tão logo o objeto da lascívia é alcançado, ela quer algo mais.(Joshua Harris)
Vamos imaginar um jovem, que na adolescência se alimentou da lascívia enchendo a sua mente com filmes e revistas pornográficas.
Ele faz isso porque tem um objetivo, que é ter relações sexuais.
Após um tempo ele conhece uma garota, já no namoro eles começam a se relacionar sexualmente. Parece que conseguiu atingir seu objetivo.
Depois de um tempo, esse casal de namorados resolvem se casar.
A voltarem da lua de mel, ele se depara mais uma vez com a lascívia. Ela o aguardava com mais uma série de mentiras.
O tempo se passou e o casal teve dois filhos, a família aumentou e estava muito bonita. 
Mas a lascívia diz para esse agora pai de família, que sua colega de trabalho também é bem bonita. 
Ele não perde tempo e começa a se relacionar com essa colega de trabalho.
Pouco depois, ele abandona a família e começa um novo casamento


História triste né? Sabe porque ela triste?

Porque a lascívia é um desejo idólatra e extremamente insaciável, que rejeita os preceitos de Deus e busca satisfação distante dele. (Joshua Harris)
O maior ofendido nessa história é Deus. Quando escolhemos a lascívia, estamos ativamente rejeitando a Deus. (Joshua Harris)
Quando agimos contra Deus, acabamos tomando as mesmas decisões que foram tomadas lá Edén. “Os padrões de Deus não servem para dar direcionamento para vida, quem vai dizer o que é bom ou não para mim, sou eu mesmo.”

Deus nos ensina que o sexo é para ser usado dentro do casamento. (1 Cor 7: 4)
Esse é o padrão de Deus para o sexo, mas  esse não foi o padrão estabelecido pelo rapaz
Depois que Davi cometera adultério com Bate-Seba, e ainda mandou assassinar o seu marido, ele reconheceu que o seu pecado era primordialmente e principalmente contra Deus. Ele clamou no (Salmos 51:4)(Joshua Harris)



Algumas diferenças entre homens e mulheres.

Não é maravilhoso como Deus fez os homens e mulheres para interagir entre si? Ele fez os homens visualmente orientados e então fez as mulheres lindas. Ele fez os homens iniciadores e depois projetou as mulheres para gostarem dessa iniciativa.(Joshua Harris)

Mas lascívia acaba distorcendo isso também:

O desejo bom do homem de conquista, se torna em captura e usufruto.
A lascívia de um homem leva-o a separar o corpo de uma mulher de sua alma, de sua mente e de sua pessoa, usando-o para seu prazer egoísta.
É por isso que a maior parte da pornografia é dirigida aos homens, retratando mulheres que se apresentam somente para o prazer do homem. A pornografia reforça a mentira que as mulheres querem ser usadas, não amadas.(Joshua Harris)
O desejo bom de uma mulher de ser linda, em sedução e manipulação.
A lascívia oferece às mulheres o poder de adquirir o que elas querem em uma relação se elas usarem a sua sexualidade para seduzir. Os homens são tentados a se entregar a pornografia, as mulheres são tentadas a comprometer-se com pornografia.
Quando uma mulher se veste e se comporta de certo modo que é planejado, principalmente para despertar o desejo sexual nos homens, ela está se comprometendo com a pornografia em sua vida.(Joshua Harris)
Tantos os homens como as mulheres que tem o desejo de agradar a Deus, devem pensar as motivações que os levam a escolher determinadas roupas, e a preocupação com aparência do corpo.
Não sou contra as pessoas usarem as roupas que gostam e nem de fazerem atividade física. Mas temos que o ter cuidado, para não estarmos fazendo com a intenção querer chamar atenção para o nós mesmos.



A mídia contribui com a lascívia.
A mídia exalta a lascívia. Vemos nos programas de TV, sempre uma modelo que está com roupas que procuram chamar a atenção para o seu corpo.
Novelas que incentivam a relação sexual fora do casamento. Também mostram que o adultério não algo é tão ruim assim, o que importa na verdade é a felicidade do casal.
Perceba que nas novelas, a maioria dos pares românticos sempre já estão casados com outros personagens. Mas querem viver aquele amor do passado, que não deu certo por algum motivo, então o melhor caminho é a separação. 
O pior que muitas vezes torcemos para que o casal do amor do passado fique junto.

Alguns filmes e series muitas vezes jogam algumas cenas aos nossos olhos, que dão crédito a lascívia. 
Não importa quão excelente seja a produção ou representação, não importa quão verdadeira a moral da história, se algo promove uma mensagem má ou utiliza um método mau, o cristão com discernimento o evitará. (Salmo 101: 2-4)(Joshua Harris)
A boa musica pode conduzir os nossos corações ao amor a Deus; a música pecaminosa nos leva a amar o pecado.
Não permita que um ritmo legal ou uma melodia cativante justifique ouvir uma música que apresenta o pecado como algo bom.
Escute musicas que levem o seu coração a Deus. (Efésio 5: 11).

Já parou para pensar quanto tempo gastamos na frente da TV assistindo filmes, novelas e series que muitas vezes está sendo apresentado um conteúdo que não agrada ao Senhor?
Esse tempo poderia ser usado para se aproximar mais do Senhor, através da leitura da palavra, oração e devocionais em família.

Não estou dizendo para você parar de assistir TV, ouvir música e assistir filmes.
Lembre-se que temos um objetivo que é agradar ao Senhor com nossas ações, então ore, peça que Ele te ajude a traçar algumas metas para que o objetivo de viver uma vida que o agrade-o seja alcançado.
Se você escolher nunca mais assistir TV e ouvir música que não levam os seus pensamentos para o Senhor, então o faça.


Conclusão
Pense como a lascívia pode atrapalhar a nossa comunhão com o Senhor, nos impedindo de viver uma vida de obediência.
Vamos pensar a vida a partir dos padrões de Deus, os padrões de uma sociedade sem Cristo não servem para mim, porque eles apontam para o homem e não para Deus.
Deus nos ama e nos quer perto dEle. Veja como ele é misericordioso, por nos deixar estudar a sua palavra, para que possamos viver uma vida com acordo com sua vontade. 
Não julguemos as ações que o homem sem Cristo faz, ele está agindo de acordo com o seu coração mau, ou seja, agindo de acordo com o que ele o manda fazer.
 Esse é o resultado de uma mente que não tem Deus como seu ponto de partida.
Vamos nos esforçar para estudarmos a palavra a de Deus para que possamos anunciar essa nova vida que Deus no oferece, que é viver ao seu lado.

domingo, 11 de setembro de 2016

Família e Sociedade – Discutindo Sobre Aborto

Autoria: Prof. Diac. Marcelo Guadanholi

Introdução

Hoje iremos falar sobre a questão do aborto. 
O aborto está inserido na nossa sociedade, muitas mulheres tem se entregado a ele para interromper uma gravidez indesejável.
Os motivos para essa ação são muitos, alguns absolutamente absurdos, e outros aparentemente justificáveis. 
Talvez você já  se deparou com um caso de aborto com pessoas  mais próximas, no trabalho ou até mesmo dentro da família.

Como Cristãos, temos um ponto de partida para pensar as questões da vida. Esse ponto de partida é Deus.
É Ele quem nos redime, nos dá um novo coração e transforma a nossa mente.
Portanto, é com essa mente transformada, que devemos pensar as situações da vida. Hoje em especial sobre o aborto.

Estudo casos

Caso 1

Amanda é uma jovem apaixonada por animais. Essa paixão começou ainda quando criança, quando ganhou seu primeiro cachorrinho.
Desde então, Amanda almejava se tornar uma médica veterinária. 
Seus Pais não mediram esforços para realizar seu sonho, colocaram-na nas melhores escolas e cursinhos pré-vestibulares, para que sua amada filha pudesse ingressar no curso que sonhava.
No cursinho, Amanda conheceu Alex, um rapaz de 17 anos que se preparava para estudar engenharia.
Os dois se apaixonam e começam a namorar escondidos de seus pais. Pois Amanda sabia que seus pais não aprovariam um namoro em época de vestibular. Ela sabia que eles não queriam que nada viesse a atrapalhar sua concentração nos estudos.
Após prestarem o vestibular, Amanda e Alex foram aprovados.
Amanda e sua família ficaram muito felizes, era um sonho se realizando e uma perspectiva de uma carreira de sucesso.
Amanda e Alex terminam o namoro, pois não conseguiriam mantê-lo, já que agora estudariam em cidades diferentes.
Amanda estava triste, pois além de terminar um namoro, também estava deixando seus pais para morar em outra cidade, com pessoas que não conhecia.
Próximo de sua mudança, Amanda percebe que está grávida de Alex. 
Após comunicá-lo, recebe seu desprezo e a informação que ele não deixaria a possibilidade de um futuro brilhante, para cuidar de uma criança.
Amanda ficou desesperada, porque além do desprezo do pai da criança, também não tinha coragem para contar para seus pais. Não agüentaria ver a cara de decepção deles, por esconder o relacionamento com Alex, e por ver todo esforço que fizeram para mandá-la para a Universidade, ser jogado fora.
Além disso, Amanda também continuava com seu sonho, gostaria muito de poder se tornar uma veterinária e construir uma carreira de sucesso.
Uma criança nesse momento atrapalharia tudo.
Então Amanda, percebendo o transtorno que esta gravidez traria, opta por interrompe-la.

Caso 2

Andressa e Jefesson são casados a mais de dez anos. 
O casal vivia uma vida de conforto, desfrutando de sua ótima situação financeira.
Gostavam muito de viajar, sair para jantar e fazerem as coisas na hora que quisessem, sem a preocupação de filhos aguardando por eles quando voltassem para casa.
Apesar dos dez anos de casados, optaram por não terem filhos. Preferiam uma vida a dois com liberdade.
Além disso, Andressa era muito bonita e vaidosa. Estava sempre com a academia e salão de beleza em dia. Não queria nem pensar na possibilidade de uma gestação, onde veria seu corpo sofrer alterações, levando-a a uma insatisfação com sua aparência.
Aconteceu que, mesmo com tantos cuidados para não engravidar, ao voltarem de uma de suas viagens, o casal percebe que a paternidade não estava tão longe da vida deles. Andressa estava grávida.
Revoltados com a situação, e se culpando pela falha na prevenção, o casal não vê outra saída a não ser o aborto.


A forma de pensar a realidade.

Talvez você esteja pensando, que estes dois casos apresentados sobre o aborto, não são suficientes para defender a idéia contra ele. Porque eles não têm tantas justificativas para se cometer o ato.
Há casos muito mais graves, no qual poderíamos pensar que há uma justificativa para o aborto, um exemplo disso é quando uma mulher é estuprada.

Mas o que eu gostaria de chamar a atenção nestes dois casos apresentados, é a motivação pelo qual a decisão é tomada.

Nos dois casos, nossas personagens têm uma razão muito importante para interromper a gestação.

1 – Amanda não queria ver seu sonho de se tornar veterinária e ter uma carreira de sucesso, indo embora por causa da gestação.

2 – Andressa gostava da liberdade tinha, sem ter a preocupação de cuidar de filhos.
Também era vaidosa, não queria ver o seu corpo sofrer alterações.

Note que ambas as motivações, estão ligadas a ídolos do coração.
Jesus nos alerta sobre o mal que nosso coração produz. (Mateus 15: 19)
Elas pensam primeiro nelas. Pensam como serão prejudicadas se manterem a gestação e olham somente para os benefícios que teriam se a interrompessem.

Fica claro que o ponto de partida para viver a realidade não é Deus, mas sim os desejos do coração.

Mas olha onde tudo isso começa. O não partir de Deus para tomar decisões, mas partir do amor ao ego. Gêneses 3: 1-7
Percebendo que arvore lhes traria um conhecimento que até ao momento não tinham, e que poderiam ser igual a Deus no sentido de não serem mais sujeitos a Ele, mas passariam a decidir o que seria bom para eles. Em outras palavras, não é Deus quem decide o que é bom ou que não é bom para mim. Quem escolhe agora, sou eu. Eu tenho as minhas preferências.
Em (Deuteronônio 6: 5) Deus diz que devemos amá-lo de todo o nosso coração. 

Mas amamos mais outras coisas do que a Deus. É nisso que consiste o pecado. Desonrar a Deus, preferindo outras coisas em detrimento dEle e agindo em função dessas preferências.(John Piper)


Considerações importantes

A bíblia não diz com clareza “não abortarás”. Mas nos direciona a pensar a vida de acordo com a vontade de Deus. Ou seja, Deus deve ser o principio, o ponto de partida e referencia para se pensar qualquer coisa da nossa realidade. O aborto faz parte da nossa realidade e está presente na nossa sociedade. Mas como pensamos acerca dele? De acordo com os mesmo pensamentos de um mundo caído? Ou com uma mente transformada que tem como o ponto de partida Deus?
O Reverendo Ageu Cirilo, nos mostra algumas considerações que nos ajudam a pensar no aborto partindo do que a palavra de Deus nos ensina.


1º A Sacralidade da Vida

A vida humana é sagrada. Não pertence a nós, pertence ao Criador. Deus fez homem e mulher de modo singular, diferente do restante da criação. Primeiro, soprando em suas narinas o fôlego da vida (Gn 2.7). Nenhum animal teve este privilégio.

Deus criou homem e mulher à sua própria imagem e semelhança (Gn 1.26,27). Os animais foram criados “segundo a sua espécie”, todos de uma só vez. Já o ser humano foi uma criação única, à imagem e semelhança do Criador. No momento da criação do homem a Trindade se reúne e delibera (no plural): Façamos o homem à nossa imagem. 

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Gênesis 1.26,27

“Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.” Tiago 3.9

Repare em Gênesis 9.6 o motivo pelo qual nós não podemos tirar a vida de alguém: “porque Deus fez o homem segundo a sua imagem”. Por isso, não podemos tirar a vida do próximo. Atentar contra a vida do meu semelhante é, em primeira instância, atentar contra Deus, pois o meu próximo carrega consigo a imagem e a  semelhança do Criador.

Por consequência, quando um aborto é realizado, a vítima do assassinato é uma criança que traz em si a imagem e semelhança de Deus. Isso é sério.


2º A Antiguidade da Vida

Este assunto sempre suscita a pergunta: Quando começa a vida? A ciência não tem uma resposta consensual. Há aqueles que admitem começar na fecundação; há os que apontam para o período entre o 7º e o 10º dia, quando ocorre a fixação do óvulo fecundado no útero; há os que defendem começar na 3ª semana de gestação, quando o embrião pode se dividir dando origem a outros indivíduos e, por fim, há os que marcam o início da vida somente após a 8ª semana de gravidez, com o início da atividade cerebral.

Neste assunto, o referencial mais seguro é a Palavra de Deus. Nela nós temos evidências de que a vida começa na fecundação. Veja os textos abaixo que mostram vida já no ventre das mães:

Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações. Jeremias 1.5

“Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno.” Lucas 1.15

Repare que os textos não deixam dúvida de que a vida começa no ventre materno. Portanto, pílulas do dia seguinte ou qualquer outro método abortivo atentam contra uma vida que já está presente, conhecida e criada por Deus.


3. Risco de morte da mãe.

Creio que esta seja a única possibilidade de um cristão verdadeiro concordar com o aborto. Todavia, os casos desta natureza são raríssimos hoje em dia, por conta do avanço da medicina.

A medicina atual já tem condições de retirar, de forma prematura, o feto que oferece risco à vida da mãe e dar a ele boas condições de sobrevivência. Em 2009, em Pernambuco, uma menina de 9 anos de idade ficou grávida e, imediatamente, as autoridades médicas da região indicaram e promoveram o aborto dos gêmeos de 4 meses de vida que estavam no ventre da menina. A alegação era de que a menina gestante corria risco de morrer por ter apenas 9 anos de idade. Se eles tivessem pesquisado um pouco antes de assassinar os gêmeos indefesos teriam descoberto a história da peruana Lina Medina que deu à luz ao seu primeiro filho aos 5 anos de idade e isso em 1939. Há registros de muitas outras meninas de 8, 9 e 10 anos, em situações semelhantes, que não abortaram e não morreram.




4. Gestação proveniente de estupro.

O movimento feminista insiste que a mulher é dona do seu próprio corpo e que tem total direito sobre ele. Isso lhe dá total direito ao aborto, principalmente, no caso de um estupro. A cristã verdadeira saberá que, primeiro, o corpo não pertence a nós. O corpo e a vida são propriedades de Deus. Eis a razão porque o suicídio é um pecado (e crime em alguns países).

Mesmo na situação crítica de um estupro, a mãe não tem o direito de assassinar a criança inocente que não tem culpa alguma do ato violento sofrido pela mãe. Em casos assim, o melhor caminho é dar prosseguimento à gravidez, cuidando desta mãe e, se no nascimento da criança ela não tiver condições de cuidar deste filho, submetê-lo a alguém que queira cuidar.
           
Sei que as feministas que leem este texto devem estar revoltadas dizendo: Mas e a vida da mulher que foi estuprada? Ela não tem direitos? Como ela vai viver com esta dor? Ora, a resposta é que uma dor emocional é menor que um assassinato. Ambos são difíceis, mas assassinar uma criança inocente nunca será o caminho.

Cuidemos do trauma emocional da mãe, vítima de um estupro, mas não cometamos um mal ainda maior que é assassinar uma criança que não tem nada a ver com este mundo violento.


Conclusão

O aborto está presente na nossa realidade. Lembre-se, nosso ponto de partida para lidarmos com ele ou qualquer situação, é Deus. 
Não podemos pensar de acordo com as nossas preferências, porque muitas vezes as nossas preferências não agradam ao Senhor. Aliás, sempre que nossa preferência não for o Senhor o entristecêssemos. 

domingo, 14 de agosto de 2016

Família e Sociedade - O Papel Redencional da Família Começa em Casa

O Papel Central da Famíllia Cristã Para o Desenvolvimento de Uma Cultura Teorreferente


Introdução
Em nossos dias, o que acompanhamos é uma crescente desestruturação familiar como estratégia para o desenvolvimento de uma cultura apóstata.
A sociologia trabalha com um conceito de estrutura e superestrutura. Em geral, os estudiosos da sociologia aceitam a ideia de que a sociedade possui pilares fundamentais sobre os quais todo a sua construção sócio-cultural é desenvolvida e se apoia.
Essa superestrutura, ou pilares culturais, são aqueles elementos que envolvem a vida e a moldam, até mesmo quando não os percebemos, como por exemplo: a língua e a linguagem, a religião e a religiosidade, a família etc.
Estes elementos estruturais fundamentais formam a nossa maneira de pensar, moldando nossa cosmovisão e estruturando tudo o que construímos socialmente.

Uso de rompimentos superestruturais como forma de transformação da estrutura
A teoria Qeer é um movimento contracultural que visa o rompimento com os valores tradicionais, em particular, a sexualidade. Eles não pensam em homens e mulheres definidos pela biologia do corpo, mas a uma transsexualidade definida pelo desejo individual.
Em um texto, disponível na internet, o PSOL, em uma das suas correntes internas, defende a aplicação do rompimento com a ideia  de gênero, que  julgam imposta pelo capitalismo, como uma ferramenta de quebra da superestrutura para que seja possível estabelecer uma sociedade definitivamente socialista.
Segundo os autores do texto: A luta LGBT como estratégia para a construção de uma sociedade socialista, o rompimento dos pilares superestruturais conduzirá a uma desestabilização da sociedade ao ponto de que, uma vez desestruturada, será mais fácil estabelecer um novo modelo cultural revolucionário.
Nesse sentido, o movimento LGBT em sua luta, deve se unir ao movimento feminista para destruir as estruturas da sociedade patriarcal, que é um dos pilares do sistema de acumulação capitalista. É dever das lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais pensar em um modelo societário de organização que possa fazer da reprodução privada da vida (o trabalho doméstico, o cuidado dos filhos e dos doentes) uma tarefa amplamente socializada e igualitária entre todos os homens e mulheres, independente da sua orientação sexual ou indentidade de gênero. Essa tarefa deve ser cumprida a partir da destituição das normas que constituem o patriarcalismo: a maternidade como destino, a heterossexualidade compulsória, o cissexismo, o binarismo sexual e de gênero, a supremacia masculina no espaço público, o direito ao corpo, e o próprio conceito de família. Não podemos esquecer que, para que isso aconteça, são necessárias medidas de ordem prática (o direito ao aborto, por exemplo, é uma vitória para todas nós, inclusive para as mulheres lésbicas e homens trans, pois reafirma a autonomia da mulher e das LGBT). (disponível  em: http://www.insurgencia.org/a-luta-lgbt-como-estrategia-para-a-construcao-de-uma-sociedade-socialista/).

O Homem Como Ser Capaz de Reconhecer a Teorreferência da Realidade
A Criação é o ponto de partida da Bíblia para afirmar a existência de Deus e a centralidade de Deus como fator determinante da realidade. Em outras palavras, a Criação é o palco do desenvolvimento de uma cultura teorreferente, onde todos os elementos giram em torno de Deus e nele tem definidos suas identidades  e significados.
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos (Salmo 19.1).
De que maneira os céus fazem tudo isto? Simplesmente, deixando com que sua natureza intrínseca revele o Criador. Eles fazem isto com perfeição, pois cumprem perfeitamente o papel para o qual foram criados.
Ao criar o ser humano, Deus potencializou este padrão teorreferenciado, afinal, não somente os seres haveriam de glorificar a Deus no desenvolvimento de sua natureza intrínseca, mas também, por meio do reconhecimento racional da terreferencialidade da realidade criada. Ou seja, a excelência da criação do homem é denotada primordialmente na sua capacidade de não somente existir, mas compreender teorreferentemente a existência.
O humano foi criado para ser “humano”, isto é, cumprir todas as funções naturais da sua humanidade e foi capacitado para ir além da simples natureza existêncial e passar a um relacionamento inteligível da sua própria condição existencial. Portanto, é parte da sua tarefa criacional reconhecer a teorreferencialidade de todas as coisas.
Por isso, é que o pecado de negar a Deus, sua existência e centralidade existêncial, e se tornar idólatra é apresentado de forma tão claramente negativa nas Escrituras.
Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato (Romanos 1.21).
Esta capacidade racional do homem deve conduzi-lo à glorificar a Deus e a viver de modo grato, ao perceber que tudo gira em torno de Deus e de Deus toda a realidade recebe seu significado.

Família Como Espaço de Treinamento Para o Pensar Teorreferente
Pensando no ser humano após a queda e dentro deste ambiente, devemos reconhecer que o ser humano se tornou incapaz de cumprir esta tarefa racional de reconhecer a teorreferencialidade de tudo o que existe. Ao contrário, o homem passou a usar a sua capacidade racional para lutar contra o conceito de teorreferencialidade de todas as coisas.
Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra (Gênesis 11.4).
Essa busca por autonomia é o ponto central da atividade humana sob o controle da natureza pecaminosa. Por isso, e a partir disto, ou seja, por causa da queda e a partir dela, o ser humano precisa que sua mente seja treinada na tarefa de pensar teorreferencialmente a sua própria existência e a das demais coisas.
Este treinamento acontece primordialmente no seio da família, onde todas as potencialidades são preparadas para serem exercidas na vida adulta com todos os seus elementos.
Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele (Provérbios 22.6).
Este treinamento da mente visa um realinhamento do coração pecaminoso e, portanto, não teorreferente, com a verdade existencial de Deus e sua centralidade conceitual da realidade.
Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal (Hebreus 5.14).
O resultado esperado deste treinamento é a capacitação do ser humano para entender e atuar na realidade ao seu redor de maneira a glorificar a Deus, por identificar na realidade a centralidade de Deus em todos os aspectos da vida.

Treinamento pelo exemplo – Pais como primeiros modelos de pessoas teorreferenciadas
A família é uma espécie de simulação menor do Reino de Deus, é o que chamamos de “Reino Familiar”. Este “pequeno reino” aponta para Deus de muitas formas:
a)     Na família a criança desenvolve o senso de dependência;
b)     Na família a criança desenvolve o senso de obediência
c)     Na família a criança desenvolve o senso de disciplina

Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também em ti (2Tm 1.4-5). 

Treinamento pelo aprendizado e repetição dos conceitos – educação doutrinal familiar
Nas Escrituras percebemos a repetição de conceitos como uma estratégia produtora de mentalidade teorreferente. Na verdade, o ponto central desta construção da mentalidade teorreferente é a internalização dos conceitos da relação com Deus e com a realidade.

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás aos teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas (Dt 6.6-9).

Treinamento pela disciplina – correção das distorções da queda no modo de ver e agir no mundo
Uma das ferramentas doutrinadoras do caráter humano é a disciplina. Infelizmente, cada vez mais, estamos caminhando para a era da “disciplina zero”, pois, em função da força do pensamento hedonista em nossa sociedade, temos cada vez menor força moral para disciplinar e também fugimos do comprometimento sério que a disciplina faz recair sobre o disciplinador.
Contudo, a família cristã, na busca da teorreferencialidade familiar e pessoal não pode desprezar o fato de que o coração do homem com impressionante naturalidade se inclina para o pecado e não para Deus, carecendo urgentemente de que seja corrigido.

O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o  disciplina (Pv 13.24).

A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina  a afastara dela (Pv 22.15).


Papel Estrutural da Família Como Propagadora de Cultura Teorreferente
A família será a responsável pelo treinamento dos homens e mulheres com a finalidade de atuar na vida de outros homens e mulheres para os influenciar na perspectiva de estruturar o modo de vida humano (cultura humana) em um padrão teorreferenciado.
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (Mateus 5.16).
A família tem um compromisso com a sociedade centrado na tarefa de influenciar a sociedade com uma visão teorreferente da realidade. Para isto, ela luta internamente para criar essa mentalidade nos filhos e no desenvolvimento do próprio ambiente familiar, e luta externamente promovendo as condições necessárias para que a cultura humana seja permeada por valores teorreferenciados.
Em outras palavras, a família é uma superestrutura que organiza o desenvolvimento cultural humano. A família cristã é uma superestrutura capaz de ordenar as coisas ao seu redor.
O atual momento da humanidade é o de uma guerra declarada à esta superestrutura. O problema dos inimigos da família não é com a família em si, mas com os valores que ela carrega, quer na sua confissão, quer na sua natural condição criacional.

Preparando a Família para cumprir os Mandatos da Criação
a)     A Família e o mandato cultural
b)     A Familia e o mandato social

c)     A Família e o mandato espiritual

Conclusão
Primeiramente, a família cristã deve viver de maneira consciente do meio em que está se desenvolvendo. O outro lado desta moeda é que a família cristã não pode ser neutra em sua tarefa de influenciar o mundo.
A falta de proposição cristã nas atividades da vida como um todo tem sido a brecha para que o  pensamento apóstata se torne cada vez mais hegemônico e dominador. Enquanto a igreja se cala o mundo tenta alterar o seu discurso, e acredite, está avançando  mundo e logo veremos a própria cristandade comprometida com ideias apóstatas.
O tipo de reavivamento que precisamos para os dias de hoje não é do mesmo modelo que o mundo experimentou em épocas passadas, baseado em fatos morais e retomada espiritualizante. O tipo de reavimento que a Igreja precisa é de coragem intelectual.

Aplicação
As famílias cristãs precisam voltar a conversar sobre sua fé com seus filhos e a reunir-se com mais frequência com outras famílias cristãs. A vida de entendimento do mundo pela Palavra não pode reduzir a movimentos dominicais de pouca duração. A família cristã precisa redescobrir a leitura como ferramenta de crescimento e fortalecimento da visão bíblica de mundo. 


Questionário de Introdução

1) Você sabe o que é Teoria Qeer e o qual o perigo que ela representa para a sua família?
(   )  Sim
(   )  Não
(   )  Tenho uma pequena informação 
3) Se por acaso seu filho chegasse em casa para te apresentar um garoto que ele pretende que seja o seu namorado como você reagiria?