domingo, 6 de agosto de 2017

Apocalipse - Aula 8 - Cristo e o Dragão

O Dragão Contra Cristo


Os capítulos 12 a 14 de Apocalipse são dedicados à batalha espiritual que ocorre ao longo da História da Redenção, a inimizade descrita em Gênesis 3.15 entre a semente da mulher e a da serpente é materializada na perseguição que ocorrerá entre as hostes do mal, quer espirituais, quer corpóreas, contra os filhos de Deus, a igreja ou o povo de Deus de todas as eras.
Não podemos nos esquecer de que até aqui, o ponto central é a revelação de que todas as coisas são conduzidas e controladas a partir do trono pela ação dos agentes e servos daquele que está assentado e coroado como Senhor dos Senhores, o Leão e o Cordeiro de Deus.
Também precisamos considerar que a relação do Cordeiro de Deus com o seu povo é de proximidade, uma vez que, diante do trono estão suas orações e a visão da Arca da Aliança, onde a promessa de amor e cuidado pactuais estão representadas. Portanto, a última imagem do capítulo 11, a Arca da Aliança, é uma imagem que assegura que Deus jamais se esquecerá da sua Aliança. Ao contrário, essa imagem não é somente uma lembrança, mas serve como uma garantia para os que crêem.  
Vamos considerar este novo bloco de visão, dividindo-o em três partes:
a)   A oposição entre a semente da mulher e a semente da serpente – Capítulo 12;
b)   A relação de poder, autoridade e direção no exército das hostes malignas – Capítulo 13;
c)    A relação de poder, cuidado e atitude entre Cristo e a Igreja – Capítulo 14.
Cada um destes trechos, porém, apresenta algumas divisões internas que procuraremos observar também.

A Oposição Entre a Mulher e o Dragão – Capitulo 12

APRESENTAÇÃO DO DRAMA – VERSOS 1 A 6

Iniciando a descrição, João nos coloca diante de dois grandes sinais (12.1-4). O primeiro, a mulher e o segundo um dragão. Claramente, ele está se reportando às figuras edênicas do Gênesis 3, a antiga serpente (12.9) do Jardim do Éden e à humanidade, representada em Adão e Eva.
Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz. Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua causa arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse (Ap 12.1-4).
Nesta descrição, para sermos suscintos, o que percebemos é que os dois sinais, as duas figuras, se relacionam em termos de uma forte oposição que é engendrada na intenção do dragão de se levantar contra o filho da mulher que está para nascer. O grande drama da mulher é dar à luz o seu filho e o drama do dragão é tentar destruir este filho.
Estes versos iniciais, são uma espécie de apresentação do enredo da história das duas hostes, a semente da mulher e a semente do dragão, os filhos da mulher, a humanidade que será redimida e o Diabo e seus seguidores que lhe farão oposição ao longo do desenvolvimento da história.
Esta parte inicial de apresentação do enredo geral da história é finalizada nos versos 5 e 6, onde é apresentado fato de que o poder de Deus é que guarda o Filho, o descendente da mulher e a própria mulher tem de se refugiar neste mesmo poder, durante os mil duzentos e sessenta dias, que são um número bíblico que descreve o período total da história da luta das duas sementes.  
Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações co cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias (Ap 12.5-6).

 

A BATALHA NO CÉU – VERSOS 7 A 12

Nestes versos, veremos se repetir o que já vimos noutros trechos do livro, que é a indicação de que as realidades vividas na terra são uma espécie de continuidade de realidades vividas nas regiões celestiais.
Num primeiro momento, nos versos 7 a 12, olhamos para o ambiente do céu e Miguel, líder angelical das hostes de Deus luta contra o Diabo e seus anjos. Nesta batalha, o dragão é expulso e a consequência desta expulsão é que ele é lançado à terra.
Essa expulsão do Diabo e seus seguidores, na verdade ocorre por causa da morte do Cordeiro, que expia os pecados dos descendentes da mulher e elimina o trunfo que o acusador possuía, para fazer oposição a Deus e aos homens.
Portanto, a ligação dos descendentes da mulher com a mensagem do perdão dos pecados é central na disputa que acorre ao longo das eras, mas especialmente, depois da primeira vinda de Jesus, o pouco tempo que resta para Satanás.
·      Versos 7-9 – a constatação da batalha no céu e a expulsão do Diabo, cessação do seu poder como acusador.
·      Versos 10-12 – Cântico da vitória de Miguel declarando a vitória do sangue do Cordeiro e anunciando que a batalha se desenvolverá na terra como vingança do diabo e seus seguidores.

A BATALHA NA TERRA – VERSOS 13 A 18

A sequência do texto descreve que a batalha que foi perdida no céu, tem uma segunda etapa na terra. O Diabo, lançado na terra, lança a sua cólera contra o restante da descendência da mulher. Uma vez que perdeu o seu poder acusatório no céu, tem agora o poder intimidatório contra a igreja de Cristo na terra.
A mulher e sua descendência é sustentada por um tempo, tempos e metade um tempo (versos 13-14). Esse tempo, podemos entender, se refere ao período em que a igreja espera a volta de Jesus (1260 – 42 meses – 3 anos e meio – 1+2+meio). Esta batalha é a mesma que os capítulos 1 e 2 de Apocalipse se refere nos termos da perseguição e dificuldades que a igreja enfrenta.
O modo como o dragão empreende essa perseguição é fazendo uma luta em termos de luta contra a verdade que a igreja anuncia e na qual é guardada durante este tempo.
Portanto, é central a pregação da palavra e a permanência da igreja na verdade do Evangelho, durante a sua vida e espera pela volta de Jesus.

A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus (Ap 12.16-17).

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