domingo, 16 de março de 2014

Atributos Morais - Estudos em Teontologia - Atributos Comunicáveis - Aula 05/2014

ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS

A manifestação dos atributos divinos concita a nossa alma à adoração do seu ser. Pois a sua perfeição revelam a beleza de sua glória e santidade. 
Nesta aula, seguiremos estudando estes atributos, observando-os de uma nova face, que diz repeito à santidade e amor com que Deus se relaciona conosco. Nos atributos intelectuais, vislumbramos, pelas Escrituras, um pouco da sua mente, hoje veremos um pouco mais o coração de Deus, através de outro grupo de atributos que são os ATRIBUTOS MORAIS.

A BONDADE DE DEUS

A bondade de Deus é um atributo dos mais reverenciados pelos cristãos. Hoje em dia e em todos as eras da Igreja cristã, tem-se falado dessa bondade. Apesar de tantas pregações e de tantas vezes os crentes repetirem a expressão; “Deus é bom”, homens e mulheres de Deus têm perdido a noção do verdadeiro significado do que é a BONDADE DE DEUS.
A bondade de Deus é de natureza diferente da bondade humana.
Quando afirmamos que este ou aquele homem é bom, primeiramente observamos suas atitudes e a maneira como tal homem se comporta, ou mesmo o que diz ou como reage a determinadas situações. Portanto podemos dizer que, para avaliarmos se um homem é bom ou não, necessitamos provas de sua bondade.

Deus, diferentemente do homem, não revela a sua bondade apenas através do exercício de atos bons, ele o é essencialmente. A Bíblia simplesmente afirma que "Deus é bom". Então, simplificando a linguagem, Deus é bom e não apenas porque faz coisas boas. 

“(...) Porque me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus”.
Lucas 18: 19

AS MANIFESTAÇÕES DA BONDADE DE DEUS
BONDADE PARA COM TODAS AS CRIATURAS
Esta é a perfeição do Criador, na qual Ele se apresenta solicito em cuidar e preservar toda a sua criação. 
Olhando desta forma, podemos dizer que Deus é bom para todos, homens bons e maus, animais, plantas a terra e tudo o que existe. (leia Salmo 104: 1 à 35)

“Em ti esperam os olhos de todos e tu, a seu tempo, lhes dás alimento. Abres a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente”.
Salmo 145: 15 e 16

O dia à dia revela que Deus dispensa sobre todos sua bondade, basta vermos que tanto homens bons e regenerados, como ímpios que praticam a iniquidade, recebem a luz do sol, respiram o mesmo ar e desfrutam de prazeres e alegrias, mesmo que de maneira diferente, mas são alvos da bondade de Deus.

“(...) para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque Ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos”.
Mateus 5: 45

Contudo uma grande distinção deve ser considerada à esta altura. Sim, pois seria muito simplista dizermos que Deus é bom para com todos e não mostrar que também existe uma diferença na manifestação direta da sua bondade para com cada homem. 
Uma pergunta que os crentes costumam pensar é: Eu sou justo e sirvo a Deus, e meu conhecido é ímpio e nada quer com Deus, mas vejo que Deus tem sido mais bondoso para com ele, que para comigo, pois eu trabalho, trabalho, e ainda não consegui conquistar metade, da metade da metade, do que possui meu vizinho.

O AMOR DE DEUS

O amor de Deus é uma das facetas da sua bondade, nele vemos o relacionamento afetivo de Deus com os homens caídos.

AMOR SOBERANO

Primeiramente temos que corrigir um erro muito comum, que é o de exigir que Deus nos ame na proporção em que o agradamos. Como já vimos anteriormente, nosso Deus não é como os homens que age por influência externas, ao contrário Ele sempre age segundo a sua soberana e livre vontade.
Romanos 9: 11 à 13, é um texto que exemplifica de forma bastante clara, que o amor de Deus independe de nossas atitudes. Veja que Paulo usou um texto do Velho Testamento que se encontra em Malaquias 1: 2 e 3, e demonstrou a natureza do amor de Deus. Que é o amor de um soberano que faz segundo a sua vontade.

AMOR QUE RESGATA OS PECADORES

1 João 4: 10, mostra que o amor de Deus não é um resultado do nosso amor por Ele, pelo contrário Ele nos amou mesmo quando nós ainda sequer pensávamos em buscá-lo. Pelo contrário Paulo diz que Ele nos amou quando ainda éramos seus inimigos, estávamos fracos e doentes (Romanos 5: 6 à 11). Nosso estado antes de encontrarmos com o amor de Deus era um estado de morte, e com seu grande amor com que nos amou Ele nos deu vida (Efésios 2: 1).

AMOR ETERNO

Ao contrário do amor dos homens, o amor de Deus por nós não acaba, pois é eterno. Se Deus é eterno, todos os seus atributos também são eternos, e o seu amor não é diferente.
Jeremias 31: 3, mostra bem a eternidade do amor de Deus. Este amor só pode ser eterno porque ele não se baseia em nós e em nossas atitudes, mas na vontade de Deus.

AMOR QUE VENCE TUDO

Frequentemente vejo as pessoas insinuando que se não fizermos isto ou aquilo, Deus irá deixar de nos amar. Eu pergunto a quem diz isto: O que é que faz Deus me amar ou deixar de me amar?
Este seria um Deus por demais semelhante ao homem, que necessita ser estimulado a fazer as coisas, certamente este não é o Deus ensinado nas Escrituras Sagradas. O Deus que a Bíblia apresenta levantou reinos e derrubou reinos para ver seu povo consigo, venceu tudo e todos, venceu o nosso maior inimigo porque nos amou, empenha todos os esforços para resgatar os seus filhos e nada pode nos arrebatar das suas mãos (João 10 28). Romanos 8: 37 à 39, muito prontamente confirmam esta verdade absoluta sobre o amor de Deus.

Você à esta altura deve estar se lembrando que eu coloquei uma pergunta muito comum entre os crentes, relacionada com a bondade de Deus dispensada entre homens bons e maus !!!

O amor de Deus que é soberano, que resgata, que é eterno e que tudo vence, só é dispensado de maneira salvadora aos justos, que Ele de forma soberana resgatou, limpou em Cristo Jesus seu filho. É possível que você viva muitos anos sobre a face da terra e nunca chegue a gozar de diversas bençãos que seus vizinhos e amigos que não amam à Deus gozam, talvez você jamais ganhe um prêmio de loteria, ou jamais venha a ter um trabalho que lhe remunere melhor que todos os outros; bem tudo isso pode acontecer durante toda uma vida, mas ao final de um longo período poderá ser vista de forma clara toda a bondade que Deus dispensa aos seus filhos amados.
É justamente por conta desta tendência humana de ser sempre muito prático, que o profeta Malaquias registra em seu livro as seguintes palavras:

“Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, eles tentam ao Senhor e escapam.
Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome. Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.
Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não serve”.
Malaquias 3: 14 à 18

A PACIÊNCIA DE DEUS

Uma outra face da bondade de Deus é revelada na sua paciência. Mas só é de fato possível entender a paciência de Deus depois de conhecer a enormidade da nossa provocação.

A PROVOCAÇÃO DOS ÍMPIOS

Muitos homens e mulheres que Deus criou, jamais se aproximam verdadeiramente de Deus, e mesmo sabendo que existe um Deus não se inclinam diante dEle, nem lhe prestam respeito. Usam o seu Nome de qualquer forma e inclusive fazem de Deus um objeto de desprezo (Romanos 1: 28 à 32). Não bastasse somente desprezar à Deus, existem aqueles que ainda se lançam a cometer atos horrendos que desagradam não só à Deus mas também aos seus próprios semelhantes. Que dizer então daqueles que se afastaram de Deus e se voltaram para a criação de Deus e adoraram as criaturas como a vaca, o macaco, os bezerros, os touros, o sol a lue e etc. Muitos também se voltaram para os homens e fizeram imagens dos homens ídolos e se prostraram e os adoraram e mais neles puseram a sua confiança.
Estas provocações à fúria de Deus são extremamente graves e acontecem aos milhares durante um minuto de vida da existência humana, imagine se fizermos as contas de quantas vezes, aconteceu desde que este mundo foi criado !!!

A PROVOCAÇÃO DOS JUSTOS

Eu, sinceramente, creio que estas são as piores provocações que são cometidas contra Deus. Digo isto porque penso que nós deveríamos sempre estar diante de Deus com louvores, e honrando o seu nome todos os momentos de nossas vidas, mas, percebo que na maioria das vezes o povo de Deus, está com seu pensamento em outras coisas, muitas das vezes, agindo de maneira que desagrada à Deus, trocando-o por lazer, comida, dinheiro, amizades e outras coisas. O povo de Deus que deveria ser exemplo para o mundo, acaba por sendo em muitos casos escândalo.
Irmãos, estou plenamente convencido de que o povo de Deus o provoca quando despreza o conhecimento de Deus, revelado na palavra. E na maior parte das igrejas são poucos os irmãos que se aproximam da Escritura diáriamente, e menor ainda é o número daqueles que fazem da Bíblia uma regra de vida. Deus através de Isaías compara seu o povo à animais irracionais. (Isaías 1: 3)
Todas estas provocações que consideramos não incluem os nossos pecados cotidianos, que são ofensas à santidade de Deus. Ao somar as provocações dos ímpios e dos justos, de todas as gerações que já existiram sobre a face da terra e ainda existirão, teremos o resultado necessário para entendermos verdadeiramente a PACIÊNCIA DE DEUS.

A MANIFESTAÇÃO DA PACIÊNCIA DE DEUS
Basicamente, podemos dizer que a Paciência de Deus pode ser definida como, aquela perfeição do criador, que provoca o retardamento[2] da manifestação da sua ira, e isto ocorre de vários modos.
a)    Sua paciência é manifesta quando Ele faz reiterados avisos e constantes advertências por causa dos pecados dos homens. Jó 33: 13 e 14. Antes de destruir o mundo no período de Noé, Deus pediu à Noé que durante 120 anos pregasse a destruição e o arrependimento.
b)   Sua paciência é manifesta quando Ele pune com certa tristeza. Deus não tem prazer na morte dos ímpios e nem na sua condenação, nem se alegra quando nos disciplina e para isto precisa nos afligir. (Lamentações 3: 33; Ezequiel 18: 32).
c)     Sua paciência é manifesta quando Ele retarda seu julgamento mesmo quando os homens não dão nenhum sinal de arrependimento. Mesmo a despeito de todos os pecados que provocam sua ira, Deus deixa os homens por longo tempo sem receber a punição que merecem. (Eclesiastes 8: 11).
d)   Sua paciência é manisfestada quando Ele envia os seus julgamentos gradativamente. Como já dissemos, Deus dá muitas advertências antes de propriamente revelar o seu juízo, mas mesmo quando Ele revela os seus juízos aos homens o faz de forma gradativa. Leia Joel 1: 4 e veja de que maneira Deus manda seus juízos contra os que lhe desobedecem. Primeiro um mal, depois outro, depois outro um pouco pior e assim por diante.
e)    Sua paciência é manifestada quando seus juízos são sempre mais moderados que merecemos. A provocação da raça humana contra Deus nos faz merecedores de castigos muito piores, e de sermos exterminados imediatamente, contudo mesmo quando nos castiga, Deus é paciente e não dá largas a toda a sua indignação, isto é, não derrama sobre nós todo o cálice de seu furor. (Salmo 78:38).

A MISERICÓRDIA DE DEUS

Assim como o AMOR e a PACIÊNCIA, a MISERICÓRDIA DE DEUS, é apenas uma das muitas maneiras de se perceber a BONDADE DE DEUS.
Quando estudamos a MISERICÓRDIA DE DEUS, podemos ver Deus tendo extrema compaixão do mundo caído, incluindo todas as suas criaturas.

A MANIFESTAÇÃO DA MISERICÓRDIA DE DEUS

Deus é misericordioso. Esta é uma afirmação que percorre todo o ensino bíblico, e não se pode dizer que está relacionado somente com os seus filhos, antes as misericórdias do Senhor estão sobre todos os homens e não somente sobre os homens, mas sobre toda a criação. A esta misericórdia que atinge toda a criação, animais, plantas, terra, àgua, homens (bons e maus) chamamos:

MISERICÓRDIA GERAL.

A misericórdia é necessária num estado de necessidade. E é justamente neste estado de necessidade que toda a criação está, pois o pecado afetou-a num todo como é dito em Romanos 8: 20 e 22. E a toda esta criação Deus sustenta, dando a todos o necessário para que continuem a viver, tanto a animais irracionais, como aos micro seres, como aos seres inanimados, como também ao homem. Leia Salmo 104: 27 à 29.
O Salmo 145:9, fala da misericórdia de Deus que permeia toda a criação.

“O Senhor é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras”.
Salmo 145: 9

MISERICÓRDIA ESPECIAL

Esta diz respeito aos seres humanos que se encontram em estado miserável de queda espiritual. Isto tem haver com todos os homens, pois Deus olha para o estado em que se encontram, e pelo menos por algum tempo, não os trata da maneira que eles merecem ser tratados.
Mesmo com todas as ofensas que são praticadas contra Deus todos os dias, Deus não retribui a cada um na medida em fazem por merecer, e ainda os permite gozarem de uma certa alegria e satisfação na vida. Lamentações 3: 22 revela que as misericórdias de Deus são o motivo pelo qual não somos todos consumidos, pois elas se renovam todos os dias.
Contudo esta MISERICÓRDIA ESPECIAL, está mais ligada àqueles que temem a Deus.

“A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem”.
Lucas 1: 50

Uma boa definição de misericórdia seria:
Misericórdia é a atitude de Deus de não nos dar aquilo que nós merecemos, na intensidade em que merecemos.
Pois o que nós justamente mereceríamos era a punição pelos nossos pecados, mas Ele não nos pune, antes nos justifica em Cristo Jesus. E o fato de não nos punir revela a sua misericórdia especial.

MISERICÓRDIA SOBERANA

Esta misericórdia é dada somente aos filhos da promessa, que irão receber a salvação. Estes filhos da aliança, ou promessa, ou ainda filhos do pacto de Deus, são chamados na Bíblia de descendência de Abraão. Não é necessário ser judeu para ser descendente de Abraão segundo o pacto, é necessário sim, ser filho de Deus, adotado por Ele mediante a fé em Jesus o Cristo.
Assim é correto dizer que nós fomos feitos filhos de Deus e portanto descendentes de Abraão[3] e desta forma também é correta afirmação de que a MISERICÓRDIA ESPECIAL DE DEUS está sobre nós:

“Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia a favor de Abraão e de sua descedência, para sempre, como prometera aos nossos pais”.
Lucas 1: 54 e 55

Mas você pode dizer: A misericórdia do Senhor não dura para sempre? (Salmo 136) Então se Ele um dia punir os outros homens que não são do pacto quer dizer que a sua misericórdia vai acabar?
Para responder a sua pergunta gostaria de primeiro dizer que Deus jamais pode deixar de ser misericordioso, pois esta é uma qualidade essencial dEle. Portanto, o salmista está correto em afirmar que a misericórdia do Senhor dura para sempre.
Porém, uma coisa é Deus ser misericordioso e outra é Ele querer manifestar a sua misericórdia. Entenda que Deus não está obrigado a manifestar a sua misericórdia, porque Deus é um ser totalmente livre em sua vontade, e Ele manifesta a sua misericórdia a quem Ele quiser, Romanos 9: 14 à 18, deixa bastante claro este ponto.
Mas muitos insistem em que Deus deveria manifestar sua misericórdia diretamente a todos os seres humanos, pois eles imaginam que Deus faz isto porque tem compaixão do estado em que todos os homens se encontram. Mas se esquecem de que Deus não manifesta a sua misericórdia motivado por nada em nós. Não é porque estamos em sofrimento, ou porque estamos tristes que Ele resolve ser misericordioso para conosco, não; Ele é misericordioso motivado por Ele mesmo, pelo uso de sua Livre, soberana e independente vontade. É por isso que chamamos a misericórdia de Deus de MISERICÓRDIA SOBERANA.
Esta compreensão da misericórdia divina deve nos fazer enxergar nossa extrema necessidade, nosso estado de miséria e de total incapacidade. E uma vez que estivermos conscientes disto louvarmos à Deus pois Ele tem agido de forma misericordiosa em nossa vida.

A GRAÇA DE DEUS

Dos atributos relacionados à bondade, este é o que mais nos causa alegria. Esta perfeição divina só é revelada àqueles que Ele chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, esta é uma atividade na qual Deus visa somente aqueles seus filhos eleitos.
Os cristãos de um modo geral definem este atributo da seguinte maneira: “graça é um favor imerecido”. E  eu creio que esta definição consegue dizer o que é graça, sem contudo mencionar a abrangência desta verdade.
Eu diria que: “Graça é o favor divino manifesto à criaturas pequenas e indignas, no qual Ele de sua livre e espontânea vontade resolve redimir estas criaturas à despeito de seus deméritos, por isso mesmo não olha méritos pessoais nestas criaturas e delas não exige nenhuma compensação”.
A graça é diferente da sua misericórdia, pois nesta Deus não nos dá aquilo que merecemos, e na graça Deus nos dá aquilo que não merecemos. E justamente porque recebemos aquilo que não merecemos, não podemos nunca dizer que o temos por direito e então reivindicar como se fosse uma dívida de Deus para conosco, pois se assim fosse não seria graça.
A graça é a mais pura manifestação da bondade divina para com seu povo, pois é pela sua graça que Ele nos salva, nos redime do pecado. Se Deus pela sua misericórdia resolve enviar Jesus, é pela graça que Ele aplica a obra salvadora de Cristo à todos nós os teus filhos.

“Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça. E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça”.
Romanos 11: 5 e 6

A Escritura fala da GRAÇA DE DEUS e à ela atribui algumas características:

A GRAÇA DE DEUS É ETERNA

Não que esta graça somente tenha um caráter inestinguível, como algo que dure para sempre e nunca acaba. Mas o ponto central desta questão é que a graça não foi idealizada agora, ou na morte histórica de Jesus na cruz, mas se refere ao fato de que a graça foi proposta antes de haver mundo, ou homens, ou mesmo antes de haver luz.

“(...) que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”.
2 Timóteo 1: 9  

Todas as questões que envolvem a nossa salvação foram resolvidas desde antes da fundação do mundo, a Bíblia trata este assunto de forma abundante, com uma variedade enorme de textos ensinando esta verdade (Leia: Tito 1: 2; 1 Pedro 1: 18 à 20; Apocalipse 17: 8 e outros). Infelizmente a maior parte dos homens teimam em não aceitar este fato claro das Escrituras, e quando descobrem que a Bíblia é clara, partem para outras fontes de revelação, pois acham que isto é por demais duro, então preferem ouvir verdades que estejam segundo o desejo de seus próprios corações (Leia: 2 Timóteo 4: 3 e 4). 

A GRAÇA DE DEUS É SOBERANA

Com esta expressão queremos afirmar que Deus manifesta a sua graça a quem Ele quer, pois assim como Ele é, também é a sua graça, soberana.
E isto é o mesmo que dizer: Deus salva a quem Ele quer salvar.
Tal expressão ofende por demais os orgulhosos, que querem fazer com que Deus seja como eles, pois querem que Deus retribua às suas bondades, com bondade. Irmãos, se Deus passar a agir assim teremos que admitir que nosso Deus está então submisso a nós e às nossas obras. Pois, agora Ele se torna somente um gerenciador de boas ações, Ele inclusive perde a autoridade de comandar nossas ações boas, como vimos anteriormente.
A Igreja Presbiteriana, tem pela soberania divina um profundo respeito, esta é a mola mestra de toda a doutrina reformada (calvinista). Pois cremos que a Bíblia revela para nós um Deus que é soberano, e por isso afirmamos A GRAÇA DE DEUS É SOBERANA, portanto o seu lugar é o trono, pois os soberanos se assentam em seus elevados tronos, conforme afirma o autor aos Hebreus.

“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, afim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”.
Hebreus 4: 16

AS OBRAS DA GRAÇA

A seguir vamos delinear algumas das obras que a Escritura atruibue à GRAÇA DE DEUS. Gostaria porém de salientar que Deus não age dividido, como se num momento agisse somente com a graça, em outros somente com a sabedoria ou etc, estamos querendo mostrar, momentos em que a Escritura deixa em clara evidência a ação da graça divina. E também não podemos limitar as obras da graça de Deus somente à esta lista.

Primeiro, toda a obra da salvação e redenção do pecador é atribuída à graça, pois esta é a expressão da sua bondade. (Efésios 2: 4 à 7).
  • Pela graça os homens são escolhidos por Deus. (Romanos 11: 5 e 6; Gálatas 1: 14 e 15).
  • Pela graça os homens são regenerados. (1 Pedro 3: 7).
  • Pela graça os homens são justificados. (Romanos 3: 24; Tito 3: 7).
  • Pela graça os homens recebem o dom da fé. (Efésios 2: 8).
  • Pela graça os homens são santificados. (1 Pedro 5: 10).
  • Pela graça os homens entram na glória. (1 Pedro 5: 10).
  • Pela graça os homens servem mutuamente. (1 Pedro 4: 10).
  • Pela graça os homens recebem os dons espirituais. (Efésios 4: 7).
  • Pela graça os homens são chamados para o ministério da Palavra. (Romanos 15: 15 e 16).
  • Pela graça os homens lançam-se à obra de fundar Igrejas. (1 Coríntios 3: 10).
  • Pela graça os homens recebem consolação e socorro. (2 Tessalonicenses 2: 16 e 17).
  • Pela graça os homens recebem libertação do perigo. (Atos 27: 23 e 24).
  • Pela graça os homens contribuem para o auxilio dos outros (2 Coríntios 8: 1 à 4).
  • Pela graça os homens podem viver no mundo com sabedoria. (2 Coríntios 1: 12).
  • Pela graça a Palavra de Deus é dada. (Atos 14: 3).
  • Pela graça o evangelho é dado. (Atos 20: 24).


É visto que a MANIFESTAÇÃO DA BONDADE DE DEUS, se dá de várias maneiras diferentes, ou seria melhor dizer de várias faces diferentes, a saber: O AMOR, A PACIÊNCIA, A MISERICÓRDIA E A GRAÇA.


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